Agora, a 3º parte de nossa crônica da mesa de Senhor dos Anéis: Trilhas secretas e outros segredos; a base dessa parte aconteceu em mesa realizada em 2008; quem ainda não leu a 1º e 2º parte, vai o link: Parte 1; Parte 2
Crônica de Senhor dos Anéis:
Trilhas secretas e outros segredos
3º PARTE
Descobertas
Após um dia de caminhada de onde encontraram os Orcs, os 2
homens e os 2 elfos chegaram de volta a vila de Phur. O clima era de apreensão
entre os moradores, e os soldados patrulhavam os arredores em número muito
maior que o comum. Um destes, ao avistar aqueles quatro entre as árvores no
caminho, se aproximou, e se dirigiu a Alas Mikael:
- Senhor Alas, Egos esteve a sua procura e também de seus
companheiros.
- Precisamos mesmo urgentemente falar com ele –
respondeu o Noldor, e após agradecer ao guarda, este chamou outros para que
rapidamente fossem informar o capitão da vila; após isso, pediu para que
esperassem no salão de reuniões.
Aqueles que viram os seres das sombras na entrada da caverna
1 dia antes, foram até o salão de reuniões no centro, e ali esperaram alguns
minutos até que Egos se apresentou no recinto. Com inquietação, caminhou rápido
até a mesa e olhando com um semblante fechado no rosto, disse:
- Por favor senhores sentem a mesa; estive a procura de
vocês o dia inteiro, por onde caminhavam?
Eles sentaram-se a mesa. Alguns alimentos estavam a postos,
e com a fome que sentiam, não fizeram cerimônias e se serviram; Kreven iniciou
o relato:
- Senhor, encontramos o esconderijo desses Orcs, uma caverna
a cerca de 24h de caminhada daqui; -
cortando-o, Egos exclamou – mas como? Saíram dos arredores da cidade? Não me
digam que seguiram os rastros daquelas criaturas! – Alas respondeu:
- Pois foi o que fizemos. Não poderíamos ficar esperando
tanto frente a um perigo desses. E com todo respeito senhor, eu e Rosendor
estamos aqui em nome de Imladris, então temos nossa forma de lidar com nossas
buscas.
Essas palavras soaram como uma afronta a autoridade de Egos,
mas contendo uma possível irritação, manteve a postura séria, mas aumentou o
tom de voz:
- Pois vocês correram
um grande perigo, foi um erro saírem, ainda mais sem um mínimo comunicado, caso
não aparecessem logo teríamos que enviar guardas a procurá-los. Quanto ao que
vocês encontraram, é só um pequeno foco de Orcs que viajam por um complexo de
cavernas subterrâneas recentemente descobertas, eu e meus soldados encontramos
o local onde estes asquerosos seres estão fazendo acampamento, que fica em uma
cordilheira que fica a três dias daqui, ao norte, antes de chegar no reino de Thranduil.
- Mas de tamanha
distância, como soube em tão pouco tempo, sobre o esconderijo desses seres, em
relação ao recente ataque? Perguntou Rosendor, que assim como os outros,
expressava dúvida em seu semblante ante as palavras do capitão. O indagado respondeu:
- Pois disse a vocês
que deveriam aguardar. Agradeço a atenção de todos mas logo tudo estará bem. Há
vilas próximas a esta cordilheira da qual falei, e enquanto estavam fora,
recebi comunicações através de nossos pássaros, velozes e conhecedores de nossa
imensa floresta. Com tais informações, enviei a pouco 20 dos meus subordinados
para prepararem nosso acampamento a frente das cavernas que os Orcs devem ter
cavado, a fim de iniciarmos a destruição daquelas vis criaturas. Partiremos em
algumas horas no encalço dos que já foram; não fui logo justamente por estar a
procura de vocês.
O elfo noldor ficara
com muitas perguntas para si. Mas sua posição de raiz nobre lhe ensinara a no
mínimo respeitar aquela decisão e analisar os fatos. Os outros também não
questionaram mais nada, e confirmaram a necessidade de logo se juntarem aos
guardas de Egos. E os próximos minutos foram dedicados a análise do terreno ao
sopé da cordilheira onde provavelmente deveriam lutar para expulsar os Orcs da
região, entre outros detalhes importantes. O fato da proximidade de um combate
agradava a maior parte do pequeno grupo, formado em sua maioria por senhores de
armas, principalmente o Oriental, que crescera empunhando uma espada.
A ida
aos inimigos
Durante três dias
Egos e mais uma dezena de seus subordinados, juntamente aos dois elfos enviados
por Valfenda, Kreven, que depois da descoberta da tal caverna recebeu a
confiança de seu capitão em ser o representante de Gondor naquela caminhada, e
Nulor, nobre e arqueiro élfico que foi representando Lorien Oriental; todos os
outros soldados vindos destas duas últimas localidades ficaram para trás, por
pedido e negociação de Egos, para que protegessem a vila central e patrulhassem
a região; alguns mesmo voltaram para o sul levando notícias a Legolas, enquanto
deveriam patrulhar as vilas no caminho em busca de algum problema.
Este grupo viajavam
pelos caminhos seguros marcados entre altas árvores da Floresta das Folhas
Verdes; levavam apenas alguns suprimentos consigo, sem cavalos ou outro animal
de carga, pois teriam, de acordo com o capitão de Phur, todo o necessário no acampamento,
provavelmente já armado antes do fim do 3º dia; e chegaram no início da noite
deste.
Ao sopé da
cordilheira algumas dezenas de elfos estavam no acampamento; Egos pediu para
que todos que vieram com ele esperassem um momento, enquanto sondaria as
notícias e receberia informações de como deveriam se posicionar no local, de
acordo com as estratégias pensadas. Este demorou alguns minutos, tempo que se
passou e findou-se com a inesperada chegada dos inimigos.
Pois enquanto
esperavam pelo elfo que liderava tal missão, Rosendor foi o primeiro a avistar
e alertar aos outros sobre o que vira; de trás da cordilheira, subindo e
descendo a elevação que direcionava ao acampamento, dezenas de Orcs, em bem
maior quantidade que os ali presentes para combatê-los, vinham, alguns poucos
empunhando tochas. Os que esperavam por Egos começaram a se armar, com exceção
de seus próprios guardas. Então todos os cinco que estavam ali em nome de
outros senhores, estranharam a reação dos demais e do acampamento; repararam
então que não havia sinal de preparação para um combate, mas sim para uma
retirada; e enquanto falavam sobre preparar-se, todos os guardas de Egos não os
davam ouvidos e pediam para que se acalmassem, o que levou estes únicos
preocupados a conversarem apenas entre si sobre a situação no minuto adiante.
Logo depois, se viu
os Orcs pararem antes de chegarem ao acampamento, e Egos subir até o terreno
elevado, e falar bem alto:
- Venha até aqui
homem do oriente, pegue o que procura e desapareça de nossa floresta, e não
ouse mais aqui voltar.
Entre os Orcs, surgiu
um homem a cavalo, empunhando uma poderosa espada que de sua aparência
demonstrava a força incomum daquele cavaleiro, pois poucos conseguiriam erguer
aquela apenas com uma das mãos. Seu corpo tinha muitas cicatrizes entre os
músculos expostos por ter como única veste uma calça de couro cru. Tinha ainda
uma máscara, tão estranhamente parecida com a que Alcthyha usava. Este disse
também em voz alta, que ecoou por aquele vale:
- Muito bem, elfo
negociador, onde está o homem que veio fugido de minhas terras?
Para o oriental que
se encontrara com os dois elfos vindos de Valfenda, apenas a visão daquele
homem estremecia seus músculos de tanto ódio, mais ainda ao ouvi-lo chamar de “minha
terra” o que antes era de domínio de seu pai, e na verdade seu por direito; pensava
ali que não poderia sair daquela situação sem acabar com aquele subordinado do
algoz de seu pai.
- Traidor! Exclamou Alas
Mikael. Estava pasmo com aquela situação, nunca passaria pela sua cabeça que um
líder élfico faria tão grotesca aliança. Sua mente nublada não notou a entrada
de Orcs no pseudo acampamento, e de como deixavam tranquilamente os elfos de
Egos partirem. Ainda ficaram apenas observando aquela situação Rosendor e o
homem de Gondor, bem como Nulor. Alcthyha proferiu:
- Maldito seja tu
inimigo de meu sangue! O que quer comigo? Ter uma morte lenta e dolorosa ou
rápida e imperceptível? Pois é só o que podes conseguir, seja lá o que tenha
conversado com esse elfo imundo! – Teve como resposta, risadas de desdém, e
ainda:
- Finalmente te
encontrei infeliz fugitivo! Não terá teu fim agora porque tenho ordens de te
levar vivo, mas assim que tudo estiver claro e tua língua não ser mais
necessária, eu mesmo desejo arrancar a cabeça do filho do fraco e delirante
descendente de Arahan...
- Mas o que se passa
aqui Egos, líder e capitão da região central da Floresta das Folhas Verdes? –
Disse Nulor, não recuando, mas parado ali, percebendo a chegada de tantos Orcs
nos arredores. O indagado respondeu:
- Apesar de ser de
pouca importância para vocês, vou lhes esclarecer. Os Orcs estão aqui guiados e
comandados por este homem que de longe veio, estando a meses a procura deste
chamado Alcthyha, que se escondia em nossas florestas. Pouco sei sobre os
motivos, se são crimes ou questões de conflitos, mas pouco me importa. O acordo
foi de ajuda a esta busca, e quando terminada, estes forasteiros se retirariam.
– Nulor retrucou:
- Como podes fazer
acordo com servos das sombras? De fato, sua fama como um elfo problemático não
é a toa! E eu fiz bem em ser a favor de seu banimento não só da capital, mas de
todo o reino!
- Tolo! – respondeu Egos
com fúria nos olhos - não entendes a responsabilidade
que tenho! Devo manter a paz e a ordem onde hoje pai e filho ignoram! Problemas
dos homens do leste chegam até nossos territórios, e que temos nós com eles?
Bárbaros de um mundo distante, que resolvam suas contendas longe daqui e nos
deixem em paz!
- Já chega – disse o
inimigo do Oriente – escravos, capturem-no!
Um luta desesperada
Aqueles poucos que
ficaram ali cercados por inimigos, depois da saída dos guardas de Egos, estavam
bastante desnorteados; não a toa, apesar de terem muito treinamento em suas
especialidades, nunca haviam passado por uma situação tão crítica como aquela.
O oriental caçado
olhava fixamente com um ar de muito ódio para aquele que liderava os orcs, e
estava disposto a derrubar todos os que ficassem no caminho que desejava abrir
até o pescoço daquele; Alas ficara pela incerteza e pelas palavras de Nulor,
enquanto Rosendor tinha compromisso com a honra daquelas terras. Kreven, o
homem de Gondor, via injustiça que deveria ser erradicada, e estava disposto a
se expor em batalha, seguindo seu senso heróico.
Os servos das sombras
se aproximavam de Alcthyha e aos outros ignoravam. Rosendor saiu daquele cerco
e foi em direção a árvores próximas ao início da subida na cordilheira,
pensando em subir na mais alta e ter toda a visão para seus mortais disparos de
arco. Alas se escondeu entre pedras ao fundo daquele que deveria ser um
acampamento, querendo alguma tranqüilidade para pensar em como usar um de seus
encantos de forma a resolver aquele problema; Nulor se dirigiu para a esquerda,
em direção de onde não vinham inimigos.
Kreven ficara ao lado
de Alcthyha. Cordas balançavam nas mãos dos caçadores, mas quando foram em
direção a pés e braços do oriental cercado, a cabeça separada do corpo de um
orc pela espada daquele e o forte golpe de Kreven que cortou de cima a baixo o
peito de outro, foram a deixa para o início de um combate que falava contra a
rendição. Ambos os atacantes começaram a zunir suas espadas no ar contra o cerco.
Enquanto isso,
Rosendor em seu caminho se deparou com o
homem oriental a cavalo, e não hesitou em atacar. Uma de suas flechas acertou o
cavalo, que ficou sob duas patas e bastante arisco, mas não o suficiente para
abalar o equilíbrio do cavaleiro. Este investiu com sua arma, acertando o elfo
da floresta apenas o suficiente para rasgar sua roupa e cortar sua malha de
couro, graças à agilidade que possuía, e em seguida conseguiu acertar duas de
suas setas na perna direita do oponente, que gritou enfurecido de dor, mas seu
vigor descomunal o permitiu um novo ataque, dessa vez bem mais efetivo; teve
ainda uma nova flecha cravada em seu corpo, mas em região que não o derrubaria,
e logo depois aplicou um severo corte em Rosendor, o suficiente para deixá-lo
atordoado, e dando tempo da chegada de outros oponentes, enquanto aquele
capitão seguiu para tratar do que de fato o interessava ali.
Nulor e Alas se
puseram a atacar, o primeiro desferindo potentes golpes com seu fraque, o
segundo com certeiros ataques de besta. No mesmo instante, Alcthyha e Kreven se
mostravam habilidoso, derrubando muitos inimigos, mas ao mesmo tempo eram
golpeados com cortes e contusões, o que
lhes diminuía o vigor naquele combate desleal. Logo surgira a frente deles,
abrindo caminho entre os orcs, o oriental inimigo, e este investiu um golpe
contra seu principal alvo, que com habilidade esquivou da eminente derrota para
com um forte golpe de sua espada causar dano no corpo daquele líder e
derrubá-lo do cavalo.
Mais atrás, Alas
conseguira se livrar dos orcs que estavam próximo dele e teve tempo de recitar
algumas palavras e com gestos e sua sabedoria de mágico, lançar um poderoso
encanto de ataque contra o bando a sua frente. Logo um clarão explodiu no meio
daqueles servos das sombras, derrubando dezenas e assustando outros.
Em meio a isso, o filho
do rei deposto no oriente conseguiu subir no cavalo, e tentava puxar o homem de
Gondor junto a si, visando pisotear com o cavalo e conseguir fugir daquela
armadilha. Mas os inimigos eram mais ferozes que o cavalo, e apesar das
habilidades de Alcthyha como cavaleiro, não conseguia transmitir toda sua bravura
ao corcel negro. Então o cavalo fora atacado e tombou diante dos golpes dos
orcs. E apesar de tamanha coragem e ousadia, Kreven de Gondor, um jovem de
tamanha coragem e ousadia, que aspirava ainda por muitas aventuras, teve seu
sangue derramado derradeiramente neste mundo naquele momento. Alcthyha
finalmente fora abatido com um golpe na cabeça, vindo daquele que havia
derrubado do cavalo, e então ficou desacordado depois de ter derrubado muitos
orcs. E estes se retiraram com sua captura, deixando para trás metade do
original bando, derrubado por aqueles valorosos heróis.
Rosendor muito
ferido, viu a retirada daqueles servos das sombras como um alento, apesar de
terem conseguido o objetivo, pois sabia que se aquilo continuasse, a morte
encontraria a todos, e nunca havia a visto tão de perto. Alas tinha apenas
algumas escoriações, e pensou em seguir lutando, antes de ter seu ombro tocado
por Nulor.
- Não insista em
lutar, não conseguiremos derrotá-los. Devemos descobrir para onde estão indo,
contatar Thranduil e Légolas. Aquele outro – disse apontando para Rosendor –
está muito ferido e precisa de cuidados.
- De fato; pois então
vou segui-los, e resgatar aquele homem, pois devo a ele; é hora de retribuir.
- É perigoso fazer
isso sozinho, precisamos de reforços; siga os orcs, eu irei até o reino do
norte com seu parceiro, e enviarei pássaros para informar Légolas; siga pela
estrada central, e em poucos dias encontrarás os subordinados do senhor de
Lórien Oriental.
E assim o fizeram,
Nulor e Rosendor seguiram para o reino de Thranduil, enquanto Alas seguiu para
o sul.
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