quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Trilhas secretas e outros segredos - 3º parte



Agora, a 3º parte de nossa crônica da mesa de Senhor dos Anéis: Trilhas secretas e outros segredos; a base dessa parte aconteceu em mesa realizada em 2008; quem ainda não leu a 1º e 2º parte, vai o link: Parte 1Parte 2

Crônica de Senhor dos Anéis: 
Trilhas secretas e outros segredos
3º PARTE

Descobertas
Após um dia de caminhada de onde encontraram os Orcs, os 2 homens e os 2 elfos chegaram de volta a vila de Phur. O clima era de apreensão entre os moradores, e os soldados patrulhavam os arredores em número muito maior que o comum. Um destes, ao avistar aqueles quatro entre as árvores no caminho, se aproximou, e se dirigiu a Alas Mikael:

- Senhor Alas, Egos esteve a sua procura e também de seus companheiros.
- Precisamos mesmo urgentemente falar com ele – respondeu o Noldor, e após agradecer ao guarda, este chamou outros para que rapidamente fossem informar o capitão da vila; após isso, pediu para que esperassem no salão de reuniões.
Aqueles que viram os seres das sombras na entrada da caverna 1 dia antes, foram até o salão de reuniões no centro, e ali esperaram alguns minutos até que Egos se apresentou no recinto. Com inquietação, caminhou rápido até a mesa e olhando com um semblante fechado no rosto, disse:
- Por favor senhores sentem a mesa; estive a procura de vocês o dia inteiro, por onde caminhavam?
Eles sentaram-se a mesa. Alguns alimentos estavam a postos, e com a fome que sentiam, não fizeram cerimônias e se serviram; Kreven iniciou o relato:
- Senhor, encontramos o esconderijo desses Orcs, uma caverna a cerca de 24h de caminhada daqui;  - cortando-o, Egos exclamou – mas como? Saíram dos arredores da cidade? Não me digam que seguiram os rastros daquelas criaturas! – Alas respondeu:
- Pois foi o que fizemos. Não poderíamos ficar esperando tanto frente a um perigo desses. E com todo respeito senhor, eu e Rosendor estamos aqui em nome de Imladris, então temos nossa forma de lidar com nossas buscas.
Essas palavras soaram como uma afronta a autoridade de Egos, mas contendo uma possível irritação, manteve a postura séria, mas aumentou o tom de voz:
- Pois vocês correram um grande perigo, foi um erro saírem, ainda mais sem um mínimo comunicado, caso não aparecessem logo teríamos que enviar guardas a procurá-los. Quanto ao que vocês encontraram, é só um pequeno foco de Orcs que viajam por um complexo de cavernas subterrâneas recentemente descobertas, eu e meus soldados encontramos o local onde estes asquerosos seres estão fazendo acampamento, que fica em uma cordilheira que fica a três dias daqui, ao norte, antes de chegar no reino de Thranduil.
- Mas de tamanha distância, como soube em tão pouco tempo, sobre o esconderijo desses seres, em relação ao recente ataque? Perguntou Rosendor, que assim como os outros, expressava dúvida em seu semblante ante as palavras do capitão. O indagado respondeu:
- Pois disse a vocês que deveriam aguardar. Agradeço a atenção de todos mas logo tudo estará bem. Há vilas próximas a esta cordilheira da qual falei, e enquanto estavam fora, recebi comunicações através de nossos pássaros, velozes e conhecedores de nossa imensa floresta. Com tais informações, enviei a pouco 20 dos meus subordinados para prepararem nosso acampamento a frente das cavernas que os Orcs devem ter cavado, a fim de iniciarmos a destruição daquelas vis criaturas. Partiremos em algumas horas no encalço dos que já foram; não fui logo justamente por estar a procura de vocês.
O elfo noldor ficara com muitas perguntas para si. Mas sua posição de raiz nobre lhe ensinara a no mínimo respeitar aquela decisão e analisar os fatos. Os outros também não questionaram mais nada, e confirmaram a necessidade de logo se juntarem aos guardas de Egos. E os próximos minutos foram dedicados a análise do terreno ao sopé da cordilheira onde provavelmente deveriam lutar para expulsar os Orcs da região, entre outros detalhes importantes. O fato da proximidade de um combate agradava a maior parte do pequeno grupo, formado em sua maioria por senhores de armas, principalmente o Oriental, que crescera empunhando uma espada.

A ida aos inimigos
Durante três dias Egos e mais uma dezena de seus subordinados, juntamente aos dois elfos enviados por Valfenda, Kreven, que depois da descoberta da tal caverna recebeu a confiança de seu capitão em ser o representante de Gondor naquela caminhada, e Nulor, nobre e arqueiro élfico que foi representando Lorien Oriental; todos os outros soldados vindos destas duas últimas localidades ficaram para trás, por pedido e negociação de Egos, para que protegessem a vila central e patrulhassem a região; alguns mesmo voltaram para o sul levando notícias a Legolas, enquanto deveriam patrulhar as vilas no caminho em busca de algum problema.
Este grupo viajavam pelos caminhos seguros marcados entre altas árvores da Floresta das Folhas Verdes; levavam apenas alguns suprimentos consigo, sem cavalos ou outro animal de carga, pois teriam, de acordo com o capitão de Phur, todo o necessário no acampamento, provavelmente já armado antes do fim do 3º dia; e chegaram no início da noite deste.
Ao sopé da cordilheira algumas dezenas de elfos estavam no acampamento; Egos pediu para que todos que vieram com ele esperassem um momento, enquanto sondaria as notícias e receberia informações de como deveriam se posicionar no local, de acordo com as estratégias pensadas. Este demorou alguns minutos, tempo que se passou e findou-se com a inesperada chegada dos inimigos.
Pois enquanto esperavam pelo elfo que liderava tal missão, Rosendor foi o primeiro a avistar e alertar aos outros sobre o que vira; de trás da cordilheira, subindo e descendo a elevação que direcionava ao acampamento, dezenas de Orcs, em bem maior quantidade que os ali presentes para combatê-los, vinham, alguns poucos empunhando tochas. Os que esperavam por Egos começaram a se armar, com exceção de seus próprios guardas. Então todos os cinco que estavam ali em nome de outros senhores, estranharam a reação dos demais e do acampamento; repararam então que não havia sinal de preparação para um combate, mas sim para uma retirada; e enquanto falavam sobre preparar-se, todos os guardas de Egos não os davam ouvidos e pediam para que se acalmassem, o que levou estes únicos preocupados a conversarem apenas entre si sobre a situação no minuto adiante.
Logo depois, se viu os Orcs pararem antes de chegarem ao acampamento, e Egos subir até o terreno elevado, e falar bem alto:
- Venha até aqui homem do oriente, pegue o que procura e desapareça de nossa floresta, e não ouse mais aqui voltar.
Entre os Orcs, surgiu um homem a cavalo, empunhando uma poderosa espada que de sua aparência demonstrava a força incomum daquele cavaleiro, pois poucos conseguiriam erguer aquela apenas com uma das mãos. Seu corpo tinha muitas cicatrizes entre os músculos expostos por ter como única veste uma calça de couro cru. Tinha ainda uma máscara, tão estranhamente parecida com a que Alcthyha usava. Este disse também em voz alta, que ecoou por aquele vale:
- Muito bem, elfo negociador, onde está o homem que veio fugido de minhas terras?
Para o oriental que se encontrara com os dois elfos vindos de Valfenda, apenas a visão daquele homem estremecia seus músculos de tanto ódio, mais ainda ao ouvi-lo chamar de “minha terra” o que antes era de domínio de seu pai, e na verdade seu por direito; pensava ali que não poderia sair daquela situação sem acabar com aquele subordinado do algoz de seu pai.
- Traidor! Exclamou Alas Mikael. Estava pasmo com aquela situação, nunca passaria pela sua cabeça que um líder élfico faria tão grotesca aliança. Sua mente nublada não notou a entrada de Orcs no pseudo acampamento, e de como deixavam tranquilamente os elfos de Egos partirem. Ainda ficaram apenas observando aquela situação Rosendor e o homem de Gondor, bem como Nulor. Alcthyha proferiu:
- Maldito seja tu inimigo de meu sangue! O que quer comigo? Ter uma morte lenta e dolorosa ou rápida e imperceptível? Pois é só o que podes conseguir, seja lá o que tenha conversado com esse elfo imundo! – Teve como resposta, risadas de desdém, e ainda:
- Finalmente te encontrei infeliz fugitivo! Não terá teu fim agora porque tenho ordens de te levar vivo, mas assim que tudo estiver claro e tua língua não ser mais necessária, eu mesmo desejo arrancar a cabeça do filho do fraco e delirante descendente de Arahan...
- Mas o que se passa aqui Egos, líder e capitão da região central da Floresta das Folhas Verdes? – Disse Nulor, não recuando, mas parado ali, percebendo a chegada de tantos Orcs nos arredores. O indagado respondeu:
- Apesar de ser de pouca importância para vocês, vou lhes esclarecer. Os Orcs estão aqui guiados e comandados por este homem que de longe veio, estando a meses a procura deste chamado Alcthyha, que se escondia em nossas florestas. Pouco sei sobre os motivos, se são crimes ou questões de conflitos, mas pouco me importa. O acordo foi de ajuda a esta busca, e quando terminada, estes forasteiros se retirariam. – Nulor retrucou:
- Como podes fazer acordo com servos das sombras? De fato, sua fama como um elfo problemático não é a toa! E eu fiz bem em ser a favor de seu banimento não só da capital, mas de todo o reino!
- Tolo! – respondeu Egos com fúria nos olhos -  não entendes a responsabilidade que tenho! Devo manter a paz e a ordem onde hoje pai e filho ignoram! Problemas dos homens do leste chegam até nossos territórios, e que temos nós com eles? Bárbaros de um mundo distante, que resolvam suas contendas longe daqui e nos deixem em paz!
- Já chega – disse o inimigo do Oriente – escravos, capturem-no!

Um luta desesperada
Aqueles poucos que ficaram ali cercados por inimigos, depois da saída dos guardas de Egos, estavam bastante desnorteados; não a toa, apesar de terem muito treinamento em suas especialidades, nunca haviam passado por uma situação tão crítica como aquela.
O oriental caçado olhava fixamente com um ar de muito ódio para aquele que liderava os orcs, e estava disposto a derrubar todos os que ficassem no caminho que desejava abrir até o pescoço daquele; Alas ficara pela incerteza e pelas palavras de Nulor, enquanto Rosendor tinha compromisso com a honra daquelas terras. Kreven, o homem de Gondor, via injustiça que deveria ser erradicada, e estava disposto a se expor em batalha, seguindo seu senso heróico.
Os servos das sombras se aproximavam de Alcthyha e aos outros ignoravam. Rosendor saiu daquele cerco e foi em direção a árvores próximas ao início da subida na cordilheira, pensando em subir na mais alta e ter toda a visão para seus mortais disparos de arco. Alas se escondeu entre pedras ao fundo daquele que deveria ser um acampamento, querendo alguma tranqüilidade para pensar em como usar um de seus encantos de forma a resolver aquele problema; Nulor se dirigiu para a esquerda, em direção de onde não vinham inimigos.
Kreven ficara ao lado de Alcthyha. Cordas balançavam nas mãos dos caçadores, mas quando foram em direção a pés e braços do oriental cercado, a cabeça separada do corpo de um orc pela espada daquele e o forte golpe de Kreven que cortou de cima a baixo o peito de outro, foram a deixa para o início de um combate que falava contra a rendição. Ambos os atacantes começaram a zunir suas espadas no ar contra o cerco.
Enquanto isso, Rosendor  em seu caminho se deparou com o homem oriental a cavalo, e não hesitou em atacar. Uma de suas flechas acertou o cavalo, que ficou sob duas patas e bastante arisco, mas não o suficiente para abalar o equilíbrio do cavaleiro. Este investiu com sua arma, acertando o elfo da floresta apenas o suficiente para rasgar sua roupa e cortar sua malha de couro, graças à agilidade que possuía, e em seguida conseguiu acertar duas de suas setas na perna direita do oponente, que gritou enfurecido de dor, mas seu vigor descomunal o permitiu um novo ataque, dessa vez bem mais efetivo; teve ainda uma nova flecha cravada em seu corpo, mas em região que não o derrubaria, e logo depois aplicou um severo corte em Rosendor, o suficiente para deixá-lo atordoado, e dando tempo da chegada de outros oponentes, enquanto aquele capitão seguiu para tratar do que de fato o interessava ali.
Nulor e Alas se puseram a atacar, o primeiro desferindo potentes golpes com seu fraque, o segundo com certeiros ataques de besta. No mesmo instante, Alcthyha e Kreven se mostravam habilidoso, derrubando muitos inimigos, mas ao mesmo tempo eram golpeados com cortes e contusões,  o que lhes diminuía o vigor naquele combate desleal. Logo surgira a frente deles, abrindo caminho entre os orcs, o oriental inimigo, e este investiu um golpe contra seu principal alvo, que com habilidade esquivou da eminente derrota para com um forte golpe de sua espada causar dano no corpo daquele líder e derrubá-lo do cavalo.
Mais atrás, Alas conseguira se livrar dos orcs que estavam próximo dele e teve tempo de recitar algumas palavras e com gestos e sua sabedoria de mágico, lançar um poderoso encanto de ataque contra o bando a sua frente. Logo um clarão explodiu no meio daqueles servos das sombras, derrubando dezenas e assustando outros.
Em meio a isso, o filho do rei deposto no oriente conseguiu subir no cavalo, e tentava puxar o homem de Gondor junto a si, visando pisotear com o cavalo e conseguir fugir daquela armadilha. Mas os inimigos eram mais ferozes que o cavalo, e apesar das habilidades de Alcthyha como cavaleiro, não conseguia transmitir toda sua bravura ao corcel negro. Então o cavalo fora atacado e tombou diante dos golpes dos orcs. E apesar de tamanha coragem e ousadia, Kreven de Gondor, um jovem de tamanha coragem e ousadia, que aspirava ainda por muitas aventuras, teve seu sangue derramado derradeiramente neste mundo naquele momento. Alcthyha finalmente fora abatido com um golpe na cabeça, vindo daquele que havia derrubado do cavalo, e então ficou desacordado depois de ter derrubado muitos orcs. E estes se retiraram com sua captura, deixando para trás metade do original bando, derrubado por aqueles valorosos heróis.
Rosendor muito ferido, viu a retirada daqueles servos das sombras como um alento, apesar de terem conseguido o objetivo, pois sabia que se aquilo continuasse, a morte encontraria a todos, e nunca havia a visto tão de perto. Alas tinha apenas algumas escoriações, e pensou em seguir lutando, antes de ter seu ombro tocado por Nulor.
- Não insista em lutar, não conseguiremos derrotá-los. Devemos descobrir para onde estão indo, contatar Thranduil e Légolas. Aquele outro – disse apontando para Rosendor – está muito ferido e precisa de cuidados.
- De fato; pois então vou segui-los, e resgatar aquele homem, pois devo a ele; é hora de retribuir.
- É perigoso fazer isso sozinho, precisamos de reforços; siga os orcs, eu irei até o reino do norte com seu parceiro, e enviarei pássaros para informar Légolas; siga pela estrada central, e em poucos dias encontrarás os subordinados do senhor de Lórien Oriental.
E assim o fizeram, Nulor e Rosendor seguiram para o reino de Thranduil, enquanto Alas seguiu para o sul.

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