terça-feira, 23 de agosto de 2011

Crônica SdA: Trilhas secretas e outros segredos


Baseado nas mesas de Senhor dos Anéis - Sistema CODA  - do grupo Espírito Livre, apresentamos aqui no blog as narrativas envolvendo os heróis de nosso jogo. Periodicamente estaremos postando para que possamos relembrar algumas coisas, servindo como dica, inspiração e apoio para quem queira.

Boa leitura




Introdução: Problemas na Floresta das Folhas Verdes – Parte 1


O último Noldor e o Elfo Silvestre 
Naquele momento não sabiam os dois Elfos, de linhagens distintas, que a empreita aparentemente simples ao qual os mesmos se dispunham prontamente a realizar, traria muito mais dificuldades do que imaginavam. Alas Mikael era um jovem de sua raça, filho de um dos poucos Noldor a ficar em Valfenda após o fim da Terceira Era (T.E.), o nobre diplomata Kael Mykael; Rosendor era um habilidoso vivente da Floresta das Folhas Verdes; a muito tempo não via seu pai, sem saber seu paradeiro, e nunca conhecera sua mãe.
O pai de Alas escolheu ficar entre os Homens e seu tempo, pois sentia que a presença dos Elfos na Terra Média, mesmo mínima que fosse, ainda seria essencial em algum momento. A partir dele formou a casa dos mais tradicionais diplomatas élficos na Terra Média, que auxiliam a séculos a prosperidade do reino dos Homens. Sua experiência se iniciou quando de sua peregrinação pelo mundo do Leste, com apenas 30 anos, onde conheceu muitos povos, costumes e importantes amigos e aliados. De todos, Arabimbor foi o mais importante, ermitão que sempre habitou na Floresta das Folhas Verdes; ele foi quem conseguiu mudar a visão imparcial de Kael quanto ao mundo dos Homens e a relação com a magia sutil do mundo. Juntos tiveram muitas aventuras e grandes sonhos. Mas existiu um que não pode ser concluído por falta de seu conhecimento sobre os poderes existentes desde o início. Então o tempo se passou e kael voltou para casa e constituiu família, largando seus antigos desejos.

Foi em meio a um ambiente nobre que nasceu Alas Mikael, cresceu ouvindo histórias das viagens de seu pai, e de modo quase instintivo foi tomando para si aquele sonho, e foi adquirindo a idéia de que para que isso fosse possível deveria mergulhar nos estudos sobre magia. Treinando tanto os ofícios da família quanto os caminhos das artes arcanas, kael não teve tempo para iniciar sua jornada como fez seu pai, mas isso não o deixou triste pois já tinha um objetivo, algo tão grande que nem seu pai conseguiu identificar no começo. O sonho de Kael era sair por Arda para ajudar na unidade de toda as raças, eliminando os conflitos internos que sempre enfraqueceram os povos livres.

Naquele dia, Kael apresentara a Alas o velho amigo, Meio-Elfo de nome Arabimbor, o qual trazia ao seu lado Rosendor, Elfo Silvestre que estava a estudar muitos segredos sobre a cura que traz as plantas, a arte do uso do arco e flecha e da sobrevivência na floresta. Rosendor era um jovem que viveu a vida inteira na Floresta das Folhas Verdes, a alguns anos não via seu pai, que teria saído para caçar e não mais retornou. Sobre sua mãe, nunca teria a conhecido, e pouco sobre ela o seu pai falava, aparentemente muito pesar sobre ele a memória de sua amada trazia, e não gostava de rememorar, tentando esquecer no fundo de sua mente. Assim, Rosendor passou muitos anos tendo como principais companhias os animais e as árvores, sem muitas ambições, apenas querendo viver uma vida tranqüila em meio à natureza.


A primeira missão
Aquela casa nobre solicitava a Alas e Rosendor que fizessem uma breve viagem à Floresta das Folhas Verdes, entrassem em contato com os senhores élficos que administravam os vilarejos da região central afim de terem informações exatas sobre os estranhos rumores de perturbações naquela grande região, que iam desde desentendimentos entre vilarejos a relatos de animais perigosos, criaturas estranhas e até mesmo Orcs. Assim, para Alas estava dada sua primeira ação como comissário de Rivendel, e teria a ajuda de Rosendor, grande conhecedor daquela floresta.

Partiram então os elfos, e durante sete dias cavalgaram em corcéis de seu povo, os mais belos e ágeis da Terra Média; iam pelo caminho que liga a Grande Estrada do Norte à Velha Estrada da Floresta, aberto a milênios entre as Montanhas Sombrias no seu lado norte, e nesse percurso não tiveram mais problemas que acender as fogueiras pela noite. Adentraram na Floresta das Folhas Verdes até a vila de Phur, centro da região do meio da floresta, chegando no início da noite daquele dia.

A vila de Phur era exemplo das diversas vilas existentes naquela floresta, que apesar de ser uma capital da província do meio, ligada a Lórien Oriental, não era um centro maior que as outras vilas. Com as belas construções élficas que faziam ligadas a natureza da Terra Média, as habitações se confundiam com as árvores. Muitas construídas sobre elas, corredores apoiados acima, escadas e casas, com estruturas feitas de madeira, pedras preciosas e outros materiais que para além dos Elfos poucos sabem talhar; e além da luz do sol e da lua, metais e cristais reluziam no local. Entre as árvores, Homens caminhavam juntos aos senhores do Oeste, graças à proximidade política de Lórien Oriental com Gondor, o que deixou à vontade aos Homens, por diferentes motivos, viverem nas vilas e cidades élficas da região.

Durante a estadia na cidade, os parceiros de missão trataram de encontrar o senhor responsável por aquela, afim de iniciarem as buscas pelos fatos. Encontraram então Egos, um Elfo Silvestre de olhos castanhos e pele mais escura que o comum, corpo mediano e trabalhado pelo esforço com armas pesadas, ele era um antigo capitão que teria sido deslocado da capital do reino dos Elfos Silvestres por indisciplina. Com educação e impessoalidade lhes acolheu e se colocou à disposição para as dúvidas dos jovens viajantes. Mas o início das respostas daqueles veio não pelas palavras de Egos, mas pelo acaso da realidade, pois enquanto esperavam o tempo necessário para a reunião que ficou marcada com o capitão, Phur foi subitamente atacada por Orcs.


Um mal a muito inexistente 
Pelo menos os últimos sete séculos eram registrados como período em que, não só a Floresta das Folhas Verdes, mas todo o oeste da Terra Média esteve em paz reinante, no que condizia aos males trazidos pelas sombras, pois desde o início da Quarta Era (Q.E.), e até aquele momento, o poder dos Homens trouxe prosperidade e ordem como nunca se tinha visto. do extremo norte junto ao grande mar, do reino reunido de Arnor e Gondor, dos acordos e amizades construídas entre Homens e Elfos, ou entre os anões em suas cidades talhadas nas montanhas, até o longínquo Condado, onde vivem os pequeninos, vasta era a grandeza do novo momento que os povos livres viviam, séculos de bem aventuranças, cabendo aos exércitos não mais ações massivas, mas um espaço para o treinamento dos jovens, a exploração e cuidados em regiões longínquas onde possam abrigar alguns resquícios do mal, do extremo norte gelado ao oriente do mundo, e mesmo nesse último, haviam povos que respeitavam as leis dos reis Dunedaín e travavam relações de amizade. Os poucos que não o faziam, também não ousavam enfrentar de espadas e escudos nas mãos os reinos dos povos livres a oeste.

Os rumores então pouco eram levados em consideração pela maioria dos moradores, apesar de que os trovadores e viajantes impressionavam os freqüentadores de tavernas sobre um mal que se erguia em algum lugar das matas. Os muitos séculos de paz, em que o mal não colocava os pés no habitat dos Elfos Silvestres, erradicado pelos poderes do reino de Thranduil e do jovem reino de Lórien Oriental, deixara um certo despreparo para os tempo difíceis. Para os poucos que entendiam a possibilidade de cogitação, tinham preocupação do que poderia advir do aparecimento dessas criaturas, a tanto tempo relegadas a regiões inóspitas bem ao norte, distantes de qualquer reino.

Mas agora, as notícias já haviam ido para além das vilas próximas à velha Estrada da Floresta, chegando aos ouvidos da casa amiga, que viu muitas gerações de idas e vindas dos poderes sombrios. Alas junto a Rosendor poderiam agora investigar e relatar o estranho caso dos Orcs perambulando e atacando em meio aquela região. O que estariam fazendo ali? De onde vieram, e porque? Muitas perguntas já se faziam.

Como dito, enquanto Alas e Rosendor estavam em Phur, a cidade foi atacada. No fim da tarde, Orcs surgiram de várias partes da floresta. As criaturas, de forma humanóide e aparência detestável, como Elfos deformados em pele, cor, e rostos, advindo isto do fato da própria criação dos mesmo, vinham empunhando armas como tacapes e clavas, alguns poucos com velhas espadas e punhais, vestidos com farrapos de couro. Ferozmente atacavam as pessoas que encontravam no caminho, e ateavam fogo com óleo nas árvores, enquanto a guarda ainda se organizava para repelir os invasores, pois mesmo diante dos rumores e boatos, os tempos de paz haviam deixado para traz o espírito de alerta constante à eminentes batalhas para aqueles que deveriam estar sempre alertas em proteção ao cidadãos.

No momento do ataque, Alas caminhava pelas vias feitas entre as árvores, quando viu repentinamente, como animais a espreitar a caça surgindo para o bote, o ataque. Segundos depois, o mesmo foi abordado por três destes, que cercaram o elfo e olhavam fixamente com olhos negros e vermelhos, de armas em mãos, prontos para abater a caça. Pensou rapidamente Alas, e no momento vieram em sua mente palavras de poder e majestade, e quis lançar um encanto para trazer medo aquelas criaturas. Nos segundos em que iniciava suas palavras de encantamento, um dos Orcs, às costas de Alas, ergueu seu punhal com a mão direita, afim de golpear o mágico, segundos também suficientes para uma espada longa cortar o ar com maestria, e em um movimento decepar a cabeça do traiçoeiro inimigo. Concentrado em seu encanto, Alas não escutara os galopes do cavalo, mas depois viu dois Orcs à sua frente deixarem cair suas armas e correrem de volta à florestas, diante de seu encantamento. Então o Noldor percebeu um guerreiro à cavalo à sua esquerda, notou o corpo com sangue negro jorrando às suas costas, e entendeu aquele estranho homem, de cabelo comprido, pela parda, usando apenas uma calça rústica de couro e uma estranha máscara de ferro que cobria metade de seu rosto do nariz ao queixo, como um aliado. Sobre um cavalo negro, o corpo definido pelo uso incansável de uma espada longa a mostra foi importante naquela hora. O olhar negro e feroz do guerreiro se dirigia ao elfo com curiosidade e desconfiança, enquanto Alas fitava o homem com tranqüilidade.

O homem oriental
Dissipou-se o momento de reconhecimento diante da luta eminente, e Alas empunhou uma besta, enquanto o cavaleiro seguiu derrubando mais inimigos com sua espada. Apesar dos problemas, rapidamente os elfos e homens milicianos expulsaram o bando de servos das sombras, deixando dezenas de corpos dos mesmos no chão. Entre elfos e homens ficaram apenas feridos. Rosendor, que naquele momento não estava com Alas, se juntou aos soldados para combater os Orcs. Após aquele susto, rapidamente os chefes de milícia procuraram discutir o que havia ocorrido e o que se deveria fazer com a existência daquelas criaturas nas redondezas.

Após a contenda, Alas se aproximou do inesperado guerreiro e agradeceu a ajuda; perguntou quem era e porque ali estava, diante do estranhamento que teve em relação a uma etnia humana que nunca vira. Com uma voz e sotaque forte, o homem respondeu:

- Sou Altchyha, vim do oriente para buscar coisas que só a mim cabem. E tu quem és?
- Que seja nobre guerreiro, mas poderia ajudá-lo, como forma inclusive de retribuir. Sobre mim, sou...
Altchiha sentiu sinceras as palavras do elfo, e a dureza de sua desconfiança diminuiu:
- Preciso chegar a um lugar chamado Valfenda. Dizem que é um lugar de muitos poderes em que moram os Elfos.
- Pois veja que benefícios o acaso traz! Pois vim de lá, e vivi todos os meus primeiros anos na beleza e magnitude de valfenda.
- Pois então te peço que me leve imediatamente até lá, pois as horas se passam e já não tenho mais tempo.
- Não poderei fazê-lo agora, pois preciso resolver algumas coisas nesta floresta, diante de missão de minha casa. Mas façamos um acordo. Me ajudará no que tenho a fazer, e logo terminado iremos a minha cidade, pois inclusive logo terei de voltar, para levar notícias.

Altchyha titubeou, mas aceitou o acordo. Perguntou à Alas o que deveria fazer, e o mesmo explicou sobre a investigação. Logo depois, Alas levou o oriental para onde Rosendor estava. Encontrando-o apresentou ao oriental e explicou o ocorrido. Naquela noite comeram juntos, momento em que foram chamados para a reunião marcada com Egos.

Procurando respostas
Tomando a frente do trio de forasteiros, Alas apresentou-se como um Noldor filho da casa de Kael de Valfenda, e que ali estava, junto a Rosendor, para saber o que se passava naquelas terras cobertas por densa floresta.
Sobre aquele que veio de fora, Egos perguntara, e o próprio homem explicou os motivos de sua viajem, como o fizera a Alas. Passado o momento de apresentação, o Capitão explicou que os rumores alarmantes não passavam de simples Orcs errantes que estranhamente estavam a perambular pela floresta em busca de caça. Alas indagou:
- Não entendo como Orcs errantes ousam fazer um ataque daqueles a essa vila.
- de fato é algo estranho – Retrucou Egos, como alguém que, sem respostas, traz dúvidas nas palavras. Prosseguiu:
- Os relatos são recentes e em minha mente nada além do que acredito. Neste reino a séculos a paz domina, e a força dos Elfos-Silvestres cuida para que a mesma permaneça.
Alas sentia algo estranho em seu coração, que conflitava com as palavras de Egos. Rosendor, que mais observava o diálogo, se manifestou:
- Sei também que a muito tempo este lugar, que também é meu lar, possui um poder que a muito não é desafiado. Mas se existem dúvidas pairando no ar, estas precisam ser sanadas. Sugiro irmos no encalço destas criaturas, e saibamos seus fins e origem.
- Já planejamos isso a tempos jovem - retrucou com certa aspereza no olhar Egos – esta noite, sairão guardas para investigar e vigiar os arredores, ver o que se passa nas redondezas, e tenho clareza que dos último Orcs nos livraremos, como o fizemos neste início de noite.
- Então que seja capitão, eu, Alas de Rivendel, serei grato em ajudar na empreitada, e creio que meus companheiros também.
Egos levantou-se: - Não serão necessários seus auxílios senhores. Meus subordinados darão conta do problema. Peço que aguardem esta noite, e já pela manhã poderão retornar a Valfenda com as devidas notícias, e assim levar tranqüilidade aos senhores da última casa amiga.
E se retirou Egos, sem esperar falas dos três presentes.
- e então, o que faremos? Perguntou Rosendor.
- creio que devemos aguardar as notícias vindas, mas proponho que auxiliemos na vigília, pois não sabemos de fato o que move estes Orcs. Vamos olhar nos arredores da cidade.

CONTINUA.... PARTE 2

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