No RPG, ele é um paladino, matador de dragões, salvador de reinos, com reputação incontestável entre os habitantes de grandiosas nações. Sua criatividade para desenvolver histórias e criar situações é admirável. Ideias geniais, conceitos incríveis, potencial de tirar o fôlego… Entretanto, quando o assunto é vida real, os achievements são poucos – ou nulos. Estou falando de pessoas extremamente talentosas, mas inaptas para viver o lado prático da vida. Você conhece pessoas assim? Convenhamos, pois: existem (e não são poucos) seres humanos com incrível capacidade criativa e, por outro lado, com pouca determinação para transformá-la em algo concreto, na criação de coisas originais, que redundem em benefícios para si e para a sociedade como um todo. Minha reflexão de hoje parte deste tipo de pessoa.
Primeiro vamos conceituar criatividade, a capacidade humana de produzir algo novo, original e que, lógico, tenha utilidade social. Ninguém nasce criativo (a este ponto). Desenvolvemos nossa capacidade criativa a partir da evolução de conceitos que nos levem a compreender o mundo e as coisas que nele surgem, criadas pelos poderes imaginativo e criativo do ser humano. Músicas, games, livros, filmes, convivência social, tudo isso é importante na construção da nossa criatividade.
O problema a ser desvendado aqui é: como a pessoa que é criativa mas, ao mesmo tempo, não tem determinação nem disciplina para executar seus projetos, pode romper esta barreira e avançar? Creio que a pessoa com elevado nível de criatividade, mas com déficit de senso prático, deve respaldá-la com a busca de conhecimento, visto que este facilita a compreensão do seu papel na sociedade em que vive, seus limites e possibilidades, um passo importante para que ela de fato faça as coisas acontecerem. O fundamental é a pessoa identificar os caminhos por onde pode agir, levando para além do terreno das ideias os projetos que farão a diferença, na sua vida e no seu meio social.
A capacidade de pensar e de fazer está diretamente ligada à formação, à orientação que as pessoas vão tendo a partir dos relacionamentos. Nós constituímos a coletividade, vamos nos estabelecendo de forma original, dentro de toda a complexidade da realidade que nos cerca. Parece complicado, mas não é.
A realidade é tão rica e intrincada que permite que, na nossa experiência, construamos um jeito próprio de existir, a partir da nossa relação com o mundo e dos elementos da realidade com os quais lidamos. O indivíduo com este perfil pode perfeitamente organizar suas ideias e aprender a confrontá-las com as possibilidades reais e colocá-las em prática. E, convenhamos, o mundo precisa de pessoas criativas – desde que elas, de vez em quando, saiam de Narnia para dividir seus talentos com o lado de cá.
Via: Real Nerd
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