terça-feira, 8 de maio de 2012

Resenha sobre o Justiça Jovem.


Essa resenha foi escrita pelo Allan Fernandez para o site Fale Rpg,é muito boa mesmo principalmente para os amantes de Hqs que jogam Supers ou Mutantes&Malfeitores,ou mesmo outros títulos de jogos com a temática de Heróis com Super-Poderes-Capazes-de-Proezas-Gigantescas.

Vide a resenha ai:   


Ao contrário do que parece, muitos jogadores de RPG não gostam de quadrinhos.Quanto mais de super heróis! e isso torna o gênero complicado de ser explorado numa mesa. No Brasil, poucos livros de RPG sobre Super Heróis foram publicados e nenhum deles com descrevendo cenários famosos da Marvel e DC. Então, o mestre que deseja explorar esses universos precisa importar os livros oficiais em inglês ou adaptar as regras dos sistemas existentes e lidar com décadas de cronologia caótica, informações conflitantes ou personagens confusos.


Uma vez, li um texto falando que os filmes da Marvel seriam uma excelente forma de apresentar os jogadores ao universo dos quadrinhos em uma campanha unicamente baseada neles. Achei a ideia tão boa que apliquei numa mesa de Supers.Com isso, era fácil explicar aos jogadores quais heróis e vilões existiam,como eram seus papéis na sociedade,quem eles poderiam encontrar nas aventuras ou até mesmo ligar suas histórias. Isso tornava deixava mais fácil e divertido colocar os personagens inéditos da Marvel na mesa com nova abordagem.


Mas e quanto aos seus rivais da DC? Super Homem, Batman, Mulher Maravilha e Cia. Como trazer um grupo de jogadores para uma mesa nesse universo sem precisar se ater há décadas de histórias, com cronologias mal formuladas e cheias de reboots. Parar para explicar seria um erro, além de encher os jogadores com toneladas de informações desnecessárias e conflitantes todos iriam perder o interesse e não gravar nada. O mesmo processo usado na mesa dos heróis Marvel,baseada nos filmes, não daria certo, pois eles tem abordagens e estilos próprios, qualidade irregular e propostas diferentes.É difícil imaginar o Lanterna Verde do filme existindo no mesmo planeta que o Batman da Trilogia do Nolan,ou mesmo aquela Gothan toda estilizada dos filmes do Tim Burton junto a Metrópoles bucólica dos filmes clássicos do Super Homem. Então, o que fazer?


A resposta veio no excelente desenho Justiça Jovem. Uma recente produção da Warner (2011), levemente inspirada numa revista do mesmo nome dos anos 90 criada por Todd Dezago e Todd Nauck. Nela. Vemos os parceiros dos principais membros da Liga da Justiça trabalhando como uma equipe secreta para seus mentores, mas que ao invés de esperar os vilões atacarem. Eles assumem um papel pró-ativo contra o mal, através de investigação, missões secretas com direito a uniformes camuflados, infiltrações em presídios e várias sacadas de roteiro dignas de bons filmes de espionagem. 
Por que não reproduzir isso numa mesa?


Graças aos desenhos que passam na TV há décadas, o sucesso dos filmes do Batman e do Super Homem e mesmo de séries como Smallville, o conceito da maioria dos personagens chave da DC é conhecido do público e cada um sabe quem eles são. Tem o cara do arco (Arqueiro Verde), o rei dos mares (Aquaman), o marciano que lê mentes (Caçador de Marte), o verdinho do anel e do filme ruim (Lanterna Verde), o velocista engraçado (Flash), e sua trindade: Batman, Mulher Maravilha e Super Homem que dispensar mais explicações. 
Os detalhes quanto suas origens e peculiaridades ficam a cargo do mestre, basta conversar com o jogador e colocar seu personagem como parceiro adolescente (ou não) de um dos membros da Liga da Justiça e depois criar seu background, motivações, inimigos e tudo mais...


O resto do universo da DC vai sendo apresentado para os jogadores,aos poucos, durante as mesas e sem sobrecarga de informações. Eles serão heróis novatos e não conhecem muita coisa do mundo onde vivem. Nas mãos de um mestre criativo alguns conceitos que eles “supostamente” já conhecem e acham q sabem lidar, podem (e devem!) ser subvertidos ou apresentados sob uma ótica mais moderna e crível. Alguns vilões poderiam não ser meramente criminosos, apenas pessoas que se sentem incomodados e com medo de um mundo cheio de pessoas poderosas voando por ai e com isso tomam atitudes questionáveis (Leia-se Lex Luthor ou Ra’s  Al Guhl). Outros heróis não seriam tão bondosos e altruístas quanto se espera, poderiam ter novos poderes ou mesmo novas identidades.


Essa seria a oportunidade de bagunçar tudo e exercer seu lado criativo, a chance de transformar em realidade aquele velho sonho de criança que era existir num mundo onde seus heróis são reias e o homem pode voar. Pode ter certeza que encontrará jogadores que já tiveram esses mesmos sonhos.


Nada melhor que uma mesa de RPG com os amigos para tornar isso verdade. Basta só rolar os dados.

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