terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Running in the dark (segunda parte)


Pessoal eu ainda to com o livro que to tentando traduzir, eu não sei se é real ou se o cara que escreveu tava meio doido ou algo do tipo. segue ai o que eu consegui recuperar até agora. 



O que poucos se preocupam é com o chão, sim o chão. Onde você pisa? Onde você está? E principalmente o que tem enterrado embaixo dos seus pés? Ninguém se preocupa com isso. Quer um exemplo, o caso em Amityville, os pais sabiam que tinha algo, mas preferiram ignorar, mas a menininha via o mal, via o homem porco de olhos vermelhos que brincava com ela, e também tinha o cão que não entrava no quarto vermelho, mesmo com tudo isso eles preferiam ignorar, iguais a você que escuta um barulho à noite e acha que foi um gato, que sente que tem algo na escuridão te observando, mas prefere achar que é só um pensamento ruim.

Merda, o whisky acabou..........vô ter que me contentar com essa tequila barata, ao menos tem álcool e já é um alivio.

Logo depois que eu mandei o cadáver pros quintos dos infernos, eu peguei o que sobrou do Bill e algumas partes das meninas, eu não ia deixá-los ali, cobri eles com uns lençóis que encontrei e os arrastei. Não sei por quanto tempo eu andei e menos ainda o quanto eu chorei, mas eu chegue na casa ainda de dia e deixei eles dentro, eu fui para a cidade para procurar o Stu e o Josh, eles já teriam conseguido ajuda, mas eu não queria ficar mais nenhum minuto ali.

No fim do dia, a floresta ficou em silencio, eu conseguia ouvir os meus batimentos e aquela sensação começou a cobrir o meu corpo, como se tivesse alguém nas árvores, cada passo era um desafio, um pensamento veio na minha mente ‘ele ainda tá vivo, ele quer me levar com ele’ isso gelou minha alma, eu não tinha mais forças, mas você aprende nessas situações que você não é de vidro, que o material que te compõe é muito forte, e que você quer viver a qualquer custo, isso te impulsiona te faz ser mais do que achava que era, te faz ter ESPERANÇA, só que o tempo me ensinou que isso é uma faca de dois gumes.

Ao longe o sol começava a se por, “os últimos raios são sempre os mais belos” a Anne me disse uma vez....o que eu não daria pra ver mais uma vez os seus olhos e o seu sorriso de garotinha de novo. A luz tinha quase sumido, e aquela sensação não tinha desaparecido, algo estava me caçando, esperando, abaixado na relva, se cobrindo com as trevas de onde veio. ‘Ele vai me pegar! Se eu não fizer algo ele vai me pegar!’ Não tinha para onde correr, eu o sentia atrás de mim, e o caminho a frente era longo demais e sair dele era morte, eu não tinha nada além da faca, mas eu achei que poderia seguir.

‘Corre, corre o máximo, corre até os seus pulmões saírem, corre!!’ Isso foi tudo o que eu pensei, eu o ouvi, como se ele lê-se o meu pensamento ele começou a correr, ele ia me pegar. Eu corri, como se o meu sangue tivesse se tornado gasolina eu sentia os meus músculos ardendo, minhas pernas subiam e desciam como pistões, os ferimentos abriram com jatos de sangue se espalhando por todo o caminho. Quando você acha que as coisas não podem piorar ai elas pioram, nunca espere muito do mundo sempre espere o pior dele, ai talvez você esteja preparado pras coisas que virão. O caminho se bifurcou, não sabia pra onde ir e fui para a esquerda. A noite já se mostrava imponente, sem luz, sem vida, a noite do caçador, eu era a caça, eu estava ferido, e logo eu iria me cansar, e as trevas estavam tomando conta de tudo.

Eu olhei pra traz, e algo que eu realmente não esperava, algo que fez com que meus piores pensamentos até ali não significassem nada. Não era a múmia que me perseguia,  eram as crianças. Algumas corriam outras saltavam de árvore a árvore com uma forma hedionda no meio da escuridão, mas todas tinham os mesmos olhos, algo que não sai da sua cabeça nunca, algumas chegaram perto o suficiente para eu ver o sangue e ódio injetado em suas faces, eu não preciso dizer que eu tava literalmente cagado de medo.

Era difícil ficar em pé eu estava cansado, com sono, ferido, quase desistindo, quando eu vi a casa novamente, não pensei muito, entrei como uma flecha pela porta. Tratei de trancar tudo o mais rápido possível. O silencio voltou, tudo quieto como um predador que está prestes a pular em cima de sua presa. E começaram de novo, os gritos, os gritos da Anne, da Lily, eu apertei os meus ouvidos pra não escutar pra tentar não lembrar, mas não foi assim, eu me lembrei da morte das duas, de não poder fazer nada pra ajudar.....quando eu percebi eu estava quase saindo, elas estavam me olhando estendiam a mão pra me tocar, pra me levar. Não eram elas, elas não tinham mais vida, Anne não tinha mais os olhos que eu me apaixonei, era o mal que tinha ali, que tinha ficado entranhado naquele lugar e tinha pegado elas.

Eu achei por um momento que podia salvá-las, que tudo poderia ficar bem de novo. Eu entrei, mas por pouco.

As horas pareciam não ter fim, eu não sabia se era de dia ou de noite, elas estavam me enlouquecendo, eu revivia tudo todos os dias, a fuga, a exaustão, o reencontro com a casa.....e os malditos grito de noite, parecia que eu já tinha passado uma semana naquele lugar. Até que algo dentro de mim começou a desistir de  fugir, eu queria que tudo terminasse logo, não importava como fosse só queria que acabasse, “foda-se tudo, foda-se se eles vão me estripar e me jogar no inferno, se querem um pedaço de mim eles vão ter, mas também quero um pedaço deles, não vou cair só. Pode apostar nisso, eu vou foder tudo!!” corri para o porão, tinha um aquecedor antigo a querosene, lá tinha muito querosene, mas eu encontrei algo bem mais interessante. Foi como ouvir uma voz, mas ao mesmo tempo nada, algo me puxou para uma pilha de escombros que um dia foi um armário. Tinha um diário, acho que foi do primeiro morador da casa, nele descrevia uns acontecimentos do local desde a construção, nas primeiras paginas fala de um sumiço de crianças da região e de pois de uns meses descobriram o responsável, um pervertido que gostava de largá-las no meio da mata e caçá-las, e quando perguntaram para ele sobre os corpos ele respondeu “a floresta as devorou, elas nunca saíram daqui por que elas são das sombras para sempre” , eu esperei ficar de tarde por que a noite eu ia trazer o inferno para aquele lugar, joguei por toda a casa, e fui para fora com mais uns galões e um isqueiro.

Elas estavam me esperando, elas sorriram, eu me sentia incrivelmente calmo, eu acendi um cigarro, e joguei na casa.

Naquela época os incêndios costumavam se espalhar, não demorou muito para que tomasse conta de quase tudo o que eu via, uma coisa que você deve aprender é que sempre fica algo nos lugares, coisas ruins costumam acontecer em certos lugares, e essas coisas marcam o lugar com um cheiro, um sentimento, algo que você não consegue explicar, mas que esta ali, e você sente.

Talvez fosse a fumaça que enchia meus pulmões e me deixava zonzo, ou talvez fosse real, mas eu ouvi a voz dos meus amigos me chamando, eu sabia que eles queriam que eu fosse naquela direção, as coisas estavam bem atrás de mim. Não era como se eu não tivesse medo, eu simplesmente não me importasse mais. Tudo ao meu redor começou a parecer um sonho.  

         
  
Alguns diriam que foi sorte, outros que acreditam em algo maior diriam que foi um deus, eu digo que foi Anne , Bill ‘gaginho’, Stu, Judy e Josh, foi o bom do mundo que eu conheci e que eu ainda guardo dentro de mim que me manteve vivo.   



Quando eu sai desse inferno o Stu e o Josh aviam sido encontrados por um policial que passava pela estrada, até ai tudo bem né?! Só que eles estavam em pedaços, e eu fui acusado pelo assassinato de todos. E..... é, fui pra cadeia, mas fugi, até tentei viver uma vida normal, mas esse tipo de coisa me seque, eu até achei gente que nem eu, gente que tinha vivido algo assim e que continuava a matar essas coisas e que o que eu enfrentei foi só um tipo de mostro, existem MUITOS mais nas trevas.


MaVeRiCk-Eu achei muito interessante esse diário eu acho que seria legal ter um jogo dele, acho que vou começar a fazer um.

3 comentários:

  1. gostei dessa estorinha ai,daria uma boa mesa mesmo.

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  2. Acabei de ler. (finalmente)
    É um ótimo prólogo para um caçador. O q me traz uma pergunta a mente.
    PORQUE DIABOS AINDA NÃO ESTAMOS JOGANDO COM CAÇADORES?
    #PONTO

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