quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Enghart


“Há muito tempo atrás, existiam dois deuses patronos do mundo, era o deus do tempo e o deus do espaço, eles viram uma imensidão vazia a sua frente. Questionando-se, ao longo das eras se poderiam haver criaturas poderosas o suficiente para vencer desafios, chegar ao mesmo posto que os ambos, ou até mesmo ser tão imutáveis vencendo a própria morte. A pergunta foi respondida quando eles começaram a criação, fazendo mundos paralelos ao principal, chamados de “planos”, existiria um divino onde poderiam viver com possíveis outras criaturas que viesse a chegar a alcançar a divindade.

Criaram seres poderosos, pensaram que deveria haver um equilíbrio do bem e do mau, no entendo, deixaram para que esses seres pudessem decidir o que iria fazer, dando-lhe a liberdade total de pensamentos. Fazendo um juramento que nunca poderia ser quebrado de que eles nunca interfeririam. Os seres acabaram se tornando tão poderosos que viraram criaturas divinas, cada um com seu aspecto, com suas ambições.


Percebendo que eles eram tão poderosos que subjugaram os próprios irmãos, destruindo-os seja de forma direta ou indireta como em uma competição, ascendendo a um poder imutável que não os permitiria sucumbir ao tempo, nem mesmo ao espaço ao redor. Foi lhes dado o direito de ser deuses, consciente que de continuavam sendo filhos daquela existência.


Criaram Enghart, o espaço e o tempo fizeram os humanos sua imagem, enquanto os outros começavam a popular e moldar o local como lhe foi permitido, porém um deus maligno decidiu que poderia colocar seus servos da mesma maneira, no entanto, sorrateiramente, sendo usados ou usando com fins duvidosos, prontos para acabar com a existência das outras raças, como um grande jogo, sendo disputado pelos deuses, sem a consciência dos homens que viviam naquele lugar. Qual raça ou criatura iria triunfar?”


- Não gostei vovô, é mentira, não é? Os deuses bonzinhos protegem a gente, eles não jogariam dessa forma conosco. – O pequeno menino de no Maximo dez anos, enrolando em seus mantos sujos, naquela floresta escura, apenas clareada com uma fogueira, cabelos desgrenhados e uma orelha levemente pontuda, mostrando sua origem mestiça.


- É, alguns bardos que falam sobre isso meu neto, não há provas realmente, porém, não vamos perder uma boa noite de sono por causa de mitos, não é? – Falou o velho humano, era magro, com o rosto cansado, cabelos brancos e desgrenhados da mesma forma que o menino, coberto com mantos, estendia a mão para a fogueira, parecia olhar distante, como se visse algo que uma criança não enxergaria, talvez pudesse ser de sua experiência, a vida na qual vive dificilmente.

Sendo um sábio ou não, o homem poderia estar certo, contudo, havia mistérios em Enghart que ninguém sabia ou ousaria desvendar, criaturas escondidas, outras adormecidas apenas esperando o momento certo para despertar e trazer a paz ou a destruição a todos. Porém, uma coisa era certa, haviam aventuras para serem vividas, heróis para serem nomeados, violões para triunfar e outros para cair. O equilíbrio teria que ser eterno seja mantido pelos seres habitantes ou pelos deuses.

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