terça-feira, 18 de outubro de 2011

Rolando dados pelo mundo(edición España): Aquelarre, cenário Demoníaco(!!!) Medieval.

Para dar prosseguimento a nossa série que este mês fala sobre o nosso hobby favorito especificamente na Espanha, nada mais fantástico que mostrarmos o PRIMEIRO role playing game de puro sangue daquela terra a ser criado e publicado: Aquelarre.
Capa da última e recente edição
Um cenário demoníaco

Sim, RPG é coisa do demônio huahuahau... Antes de tudo, não para destacar, mas por tudo o que já escutamos de pessoas sem noção e que não entendem sobre nossas vidas e nosso hobby, Aquelarre não é um cenário demoníaco medieval por que possibilita rituais de magia negra. Nada disso, pelo menos não com ritos reais além da imaginação dos jogadores. Esse tema de cenário é dado por Aquelarre ter como um dos principais panos de fundo a questão do Céu e Inferno. Além da existência de Lúcifer e muitos príncipes demoníacos, há como antagonista uma corte complexa e organizada de demônios. Frente a esses inimigos, os jogadores podem ter personagens que são humanos comuns enfrentando esses males que assolam a península ibérica entre os séculos XIII e XIV. O próprio nome do cenário indica a relação com as crenças da Idade Média: significa concílio de bruxas.

O criador do jogo
Em 1990 podemos dizer que Ricard Ibañez entrou para a história do RPG espanhol e mundial ao conceber Aquelarre como o primeiro cenário a ser criado e publicado em seu país. Historiador, conheceu o role playing game em 1982 quando se licenciava na Universidade de Barcelona. Logo iniciou uma incursão de muitas contribuições aos jogos de interpretação de personagens, entrando em um clube que iniciou a primeira revista sobre o tema no país, e ainda chegou a escrever em outra revista sobre o tema antes da criação de Aquelarre. Atualmente tem alguns romances escritos, que fazem parte do seu rol de atividades.
de camisa verde, Ricard Ibañez narrando
Agora confiram essa introdução ao clima do jogo:
"Carroças repletas de cadáveres resvalam pelas ruas lamacentas de uma cidade desabitada. Monges copiadores escrevem em silencio em frias salas de monastérios. O martelo cai uma e outra vez sobre o metal vermelho ao talhar do ferreiro. Flores de fragrância e odor se abrem nos jardins privados da corte. Cruéis e silenciosos soldados marcham pelo caminho empoeirado em busca de inimigos, sejam infiéis ou não. É o mundo da Idade Média, o que conheceram nossos antepassados, o que conformou nosso presente." 

"Porém mais além do humano, no mais profundo dos bosques, na cova mais solitária, na célula mais escondida, no mais oculto do coração humano, vivem as lendas. Os demônios pisam castelos, os duendes se ocultam na floresta, os alquimistas utilizam feitiços e as bruxas riem e riem ao redor da fogueira, na clareira de um bosque banhado pela luz da lua, enquanto o Demônio, sentado entre elas, levanta sua cabeça de cabra macho e lhe sorri diretamente leitor:
"Bem vindo a Aquelarre."  
(tradução livre)


Um cenário histórico real e fantástico

Edição antiga

Aquelarre tem como cenário o ambiente medieval e histórico da Península Ibérica, mas apesar desse realismo, também possui muitos elementos fantásticos. O jogo assume que todos os mitos e lendas daquela época são reais, que o diabo anda entre os mortais e que se trava uma batalha eterna entre duas realidades: a racional (o humano, as ciências, a lógica, o dia) e a irracional (a noite, a loucura, a fantasia, as criaturas lendárias e a magia). Esta é a proposta inicial de Aquelarre: os jogadores interpretarão humanos normais, habitantes da península, que deverão viver e sofrer na sociedade da época e ao mesmo tempo verem-se afetados, com maior ou menor sorte, por este “enfrentamento” entre realidades.

Acompanhado disso há uma riquíssima mitologia, repleta de curiosas criaturas e enigmáticas lendas. Cada região tem as suas próprias lendas locais e há outras de maior amplidão territorial. Aos já clássicos duendes (principalmente em Castela), somam-se outras criaturas muito mais pitorescas, como os Follets (catalões), os Idixta (bascos), as ondinas (presentes nas fontes naturais de água) e outras muito mais terríveis, obscuras e perigosas de procedência infernal. Todas elas estão presentes no jogo.


A época em que se desenvolve, a Idade Média, é um tanto conflituosa. Na península convivem vários reinos (Castela, Aragão, Portugal, Navarra e Granada) com suas culturas, idiomas e religiões, muitas vezes enfrentados com grandes e custosas guerras. Também estavam a fome e a peste, ocasionadas por um rígido Sistema Feudal, de senhores e vassalos, em que há um pequeno setor que é proprietário da terra e dos homens que nela trabalham, ficando com toda a riqueza, e outro mais numeroso, que é pobre e ignorante. Neste ambiente, os senhores feudais e a Igreja concentravam quase todo o poder, mas algo estava mudando. Nas grandes cidades se constituiria uma nova classe, a burguesia, pequenos comerciantes que alcançavam um bom nível econômico e já não se conformavam com sua vida simples, aspirando a algo mais. Assim, as motivações dos personagens de Aquelarre poderão incluir melhorar sua qualidade de vida, ou no caso daqueles que já a têm, garantir sua continuidade.


A Magia


Em Aquelarre a magia está na ordem do dia. As bruxas realmente existem e preparam estranhas poções em seus caldeirões, para fins tão terrenos quanto a virilidade ou para outros mais elevados, como a comunicação com espíritos. Ainda que os jogadores possam deixar que seus personagens conheçam e utilizem a magia, devem levar em conta que, nesta época, tudo aquilo que é sobrenatural ou mágico (o irracional) é considerado pela maioria das pessoas (a racional) como algo demoníaco e absolutamente proibido. Assim, deverão ter cuidado com a Fraternitas Vera Lucis – autêntico antecedente histórico da Inquisição – uma sociedade secreta destinada a exterminar todo indício do mundo irracional. Evidentemente que qualquer confissão ou alarde da posse de faculdades mágicas acarreta a imediata pena de morte, seja ela na forca ou na fogueira, dependendo do reino ou da autoridade da vez.


O sistema de jogo

O sistema de jogo é inspirado no BRPS (Basic Roleplaying System) criado pela Chaosium (a editora de  Call of Tchulhu). Está baseado num sistema de habilidade percentuais, com uma série de características básicas que determinarão todas as demais. Há certos valores chaves que o jogador não escolhe, sendo determinados aleatoriamente, como a posição social ou sua situação familiar. O sistema de combate é bastante conciso e, ao mesmo tempo, detalhado, também sendo bastante sangrento e realista. A Magia, por outro lado, é complicada, e não é tão fácil levar a cabo feitiços com êxito, como em outros jogos mais fantásticos.


Para dar uma conferida na 2º edição, de 1999, um link:

Para a nova edição, só uma folheada para conferir o design:






Fontes: Wikpedia, 


           Editora Nosolorol

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