Abaixo um pequeno texto falando sobre a grande Dragão Brasil, que tanto marcou a história do RPG em nosso país.
Ao fim do texto, disponibilizamos o link para baixar as edições.
A revista Dragão Brasil foi uma das mais notórias revistas de RPG do Brasil, lançada em 1994 pela Editora Trama (mais tarde renomeada de Editora Talismã e por fim Melody), quando dificilmente as revistas do gênero passavam de 3 ou 4 números. A revista surgiu na época de plena expansão do segmento de produtos ligados ao RPG no Brasil, quando a Abril Jovem publicava as primeiras traduções dos principais jogos, aproveitando ainda o auge do mercado, já no final da década de 1990, contribuindo para a divulgação de tais jogos em todo o território brasileiro. Após a redução de vendas de jogos de RPG nos primeiros anos do século XXI, a revista trocou seus editores algumas vezes, mas não resistiu às baixas vendas, encerrando suas atividades entre os anos de 2008 e 2009, quando completaria 15 anos de existência.
Histórico
Em 1994, Marcelo Cassaro, apresentou um projeto de uma revista RPG à Editora Escala, onde era editor das revistas de video game Gamers e Progames, com a recusa da editora, Cassaro apresentou o projeto a editora Trama.
Inicialmente a revista se chamava "Dragon", mas logo foi renomeada para "Dragão Brasil", a fim de desfazer qualquer possível relação com a "Dragon Magazine", famosa revista de RPG dos Estados Unidos, que chegou a ter uma versão brasileira pela Abril Jovem.
Além de matérias e adaptações de RPG, a revista trazia contos de fantasia, ficção científica e histórias em quadrinhos.
Logo depois entraria J. M. Trevisan e Rogério Saladino (ex-editor da Dragon Magazine).
A Dragão Brasil obteve grande sucesso durante seus primeiros anos de existência, quando lançou seu cenário próprio, Tormenta, em seu aniversário de 50 edições; usando muitas referências a materiais próprios, e que se mantém como um dos mais bem sucedidos cenários nacionais. Apesar de não contar com muitas das gravuras dos grandes ilustradores da extinta TSR, Inc, como Jeff Easley, Keith Parkinson e Clyde Caldwell, a revista divulgou o trabalho de grandes ilustradores nacionais, como André Valle, André Vazzios e Evandro Gregório, por exemplo, além das ilustrações e quadrinhos do próprio Cassaro. Logo Marcelo Cassaro, Rogério Saladino e J.M. Trevisan ficaram conhecidos como Trio Tormenta.
Depois dessa fase, a revista começou a receber críticas dos leitores por focar seus próprios cenários e projetos, mas continuou firme como a única e mais importante revista de RPG do Brasil, tendo desdobramentos em outras revistas como Só Aventuras e Tormenta.
Já ao final dos anos 90 e início de 2000, seguindo novas tendências, a revista começou uma série de adaptações de famosos animes, decisão que desagradava veteranos por se sentirem abandonados pela revista, que supostamente dava mais espaço ao anime que RPGs tradicionais.
Foi até divulgado e usado um novo sistema com temática anime: o Defensores de Tóquio, um sistema conhecido pela simplicidade, flexibilidade e total falta de realismo.
No entanto, a formação de uma nova legião de leitores e a permanência da publicação nas bancas comprovou o sucesso da decisão.
Em 2005, o Trio e a editora seguiram caminhos diferentes após diversos desentendimentos e queda nas vendas da revista, além de fracasso editorial em vários produtos derivados dela. Eles criaram duas outras revistas de RPG para outras editoras, a Dragon Master (dedicada a 3D&T) para a Mythos Editora e a Revista Dragon Slayer para Manticora (editora que havia publicado a D20 Saga), que segue o estilo da antiga Dragão Brasil e continua sendo publicada até os dias de hoje, adotando um padrão de lançamento bimensal e inicialmente com conteudo voltado principalmente para o Sistema d20 e Open Game License, visto possibilidade de uso da Licença Aberta.
Em uma tentativa de seguir com seu segmento mais bem-sucedido sem precisar saldar dívidas com os antigos autores, a editora contratou uma nova equipe, membros da Rede RPG, um dos mais conhecidos portais de RPG na internet, mas sem qualquer experiência em revistas.
Na mão do novo editor, Marcelo Telles, a revista passou por uma série de mudanças, totalmente contrárias ao estilo do Trio, inclusive com tentativas de incluir material próprio, mas o quadro de baixa vendagem não se reverteu. Após 9 edições, Marcelo Telles e sua equipe saíram da revista diante da recusa da editora em adotar uma nova linha editorial para a revista.
Sílvio Compagnoni Martins, ex-editor da Devir Livraria, assumiu como editor da Revista em fevereiro de 2007, mas a publicação continuou sofrendo atrasos e as vendas continuaram baixas. Compagnoni largou o cargo em um ano depois, em fevereiro de 2008, por conta dos constantes de atrasos e indecisão por parte da editora.
Baixar TODAS as edições da Dragão Brasil
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