sexta-feira, 4 de maio de 2012

5a Edição de Dungeons & Dragons,Resenha sobre a evolução do Sistema.






No primeiro mês do “último ano da nossa civilização”, a empresa Wizards of the Coast anunciou uma das notícias que mais poderia repercutir no mundo do RPG Narrativo. O aclamado Dungeons & Dragons, conhecido como o primeiro RPG inventado, lançado pela primeira vez nos anos 70, terá sua 5ª edição oficial em 2013.

Especialistas, fãs, mestres, jogadores e blogueiros já começaram a discutir o tema que não é de simples solução. Vamos fazer uma breve análise histórica destes 38 anos de vida do RPG mais vendido até hoje, para que fique claro o que exatamente está em jogo neste momento.

O D&D surgiu como um desdobramento dos jogos de miniaturas (wargames), e trazia regras baseadas no Chainmail. Sua primeira edição, lançada em 1974 pela empresa TSR, foi desenvolvida por Gary Gygax e Dave Arneson, trazendo um novíssimo conceito de jogo, com um mestre (ou narrador) que atua como contador de histórias e juiz ao mesmo tempo.

Três anos mais tarde do primeiro lançamento as regras foram revistas, ampliadas e melhoradas, trazendo para o público o que representava uma evolução do primeiro lançamento. As duas versões continuaram sendo publicadas, a mais simples com o nome tradicional de Dungeons & Dragons (D&D) e a mais complexa como Advanced Dungeons & Dragons (AD&D). Por ser o primeiro livro de grande parte dos jogadores, o Advanced Dungeons and Dragons acabou ficando conhecido como a 1ª Edição do D&D.

Em 1989, após grande sucesso e vida longa do AD&D 1ª Edição, foi lançado o AD&D 2ª Edição. Novas regras, outros monstros, novas propostas. Felicidade para alguns, desgosto para outros. A partir dessa edição as opiniões começam a divergir sobre qual edição é melhor. Parece ser que uma pequena guerra de opiniões e gostos vem se travando, desde então, na busca pelo sistema ideal dentro do cenário de fantasia medieval. Contrabalançar o realismo, o senso de justiça e a liberdade para interpretação não tem sido uma tarefa fácil para a equipe de desenvolvedores.


Cerca de uma década depois, alguns fatos importantes acontecem. Em 1997 a Wizards of the Coast, empresa em crescimento após o sucesso de Magic: The Gathering, comprou a falida TSR. Dois anos mais tarde a Hasbro, segunda maior empresa do mundo no ramo de fabricação de brinquedos e jogos, comprou a Wizards of the Coast, ficando assim, detentora do D&D.
No ano de 2000, com combustível renovado, novos projetos vieram à tona e foi lançada então a 3ª Edição do Dungeons & Dragons. A versão “Advanced” foi suprimida do mercado, dando lugar a uma 3ª Edição sólida, com novas regras e mudanças imporantes. Invevitavelmente os gostos se separaram mais uma vez. Alguns fãs continuaram a jogar o AD&D, enquanto milhares de novos jogadores aderiram ao que se pode dizer, bem sucedido D&D 3ª Edição.


Dos novos donos do D&D surgiu uma nova estratégia de mercado. A licença sobre o fundamento das regras do sistema, conhecido como D20, foi aberta. Qualquer pessoa ou empresa poderia lançar o seu próprio RPG baseado no sistema D20. Isso fez com que nos anos subseqüentes centenas de livros fossem lançados com variações em maior ou menos escala do D&D.

Em 2003, apenas 3 anos depois, foi lançada uma revisão da terceira edição, conhecida como D&D 3.5 . Essa versão do RPG causou certa irritação, pois melhorava um pouco as regras, mas obrigava aos jogadores comprar novamente os livros. Visivelmente a Wizards of the Coast foi adotando medidas cada vez mais comerciais. De qualquer maneira, o D&D 3.5, com certeza, foi a última edição que obteve o respeito geral da comunidade RPGista, refletindo-se ainda nas vendas.


Em 2008 foi lançada nos EUA a versão que encontramos hoje nas lojas, o D&D 4ª Edição. Considerada mercadologicamente e RPGisticamente um fracasso, alguns prefeririam utilizar a palavra catástrofe. O sistema ficou justo, equilibrado, tal qual um videogame. No mundo da imaginação, da fantasia e da livre interpretação havia regras que impediam os jogadores de serem os personagens que desejavam ser em suas mentes. O sistema ficou bom, “desde que houvesse um bom mestre, com bom discernimento, para adaptá-lo”.

O Pathfinder, uma edição revisada do D&D 3.5, valendo-se da licença aberta do sistema D20, ganhou os mercados através da empresa Paizo; esta que poucos anos antes era licenciada da própria Wizards of the Coast. O Pathfinder entrou na briga para ganhar, com um golpe de gênio diante de uma rainha perdida, tal qual um jogo de xadrez. A Paizo conseguiu ficar dentro dos conformes legais, ficando com os direitos de um D&D 3.75, que não pode ser falado em voz alta... mas que terminou por ser considerado o RPG mais vendido da atualidade.


 É graças a toda essa história que a notícia de um D&D 5ª Edição (este é o nome que está sendo falado no momento, mas não é oficial) causa grande expectativa. A notícia veio à tona através do próprio New York Times, seguido do site da Wizards. A proposta que a empresa traz é interessante. Parece ser notoriamente uma volta atrás. Querem reunir todos os gostos, utilizar jogadores para testes, atender às necessidades dos fãs. Obviamente agradar a todos não é coisa fácil, alguns diriam até: impossível.

Certamente a intenção da Wizards of the Coast é fazer com que os fãs da "Edição Zero", do AD&D, da 2ª, da 3ª, da  3.5 e da 4ª edição se reúnam novamente frente a um D&D inovador, mas que traz os benefícios das antigas versões. A missão não é fácil, nada fácil. As notícias sobre o desenvolvimento acontecerão no decorrer de 2012, para que em 2013, se tudo correr bem, tenhamos a nova versão.




Resenha tirada do Portal RPG Online.

Um comentário:

  1. Sem querer ser chato, mas provavelmente sendo, muitas coisas ditas nesse artigo são opiniões pessoas apenas. AD&D melhorou as regras do D&D Clássico? Bastante discutível. Mas enfim. D&D, na verdade, teve bem mais edições do que cinco, e cada uma tinha uma proposta um pouco diferente apesar daquelas até a 1ª Edição do AD&D (inclusive) serem similares. O jogo mudou, o público das novas edições é outro, e as antigas edições continuam atraindo novos jogadores também através dos retro-clones.

    Fiz uma postagem com opiniões pessoas sobre tudo isso também: http://pontosdeexperiencia.blogspot.com.br/2012/04/monte-cook-d-hasbro-e-reflexoes.html

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