sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Hoje é sexta feira 13: Bom dia para apocalipse zumbi

Trazemos aqui uma matéria dedicada a um dos temas do momento, aproveitando a deixa desse dia...

Numa Sexta-feira 13 como hoje, nada mais adequado do que celebrar seres amedrontadores, daqueles que povoam pesadelos, como vampiros, lobisomens, bruxas, fantasmas e zumbis. Este último, em especial, tem estado cada vez mais na mídia nos últimos tempos, graças a um trabalho, digamos, ‘de formiguinha’, realizado especialmente por George Romero na década de 60. O que ele fez foi tirar os mortos-vivos da esfera underground ao transportá-los para a tela de cinema.

“Eu gosto de coisas relacionadas ao tema desde pequeno, ganhava muitas revistas em quadrinhos dos meus pais e acabei descobrindo revistas do gênero de terror e algumas que tinham zumbis, e meu gosto foi indo para esse lado. No videogame, jogos como Resident Evil contribuíram para aumentar a minha empolgação por zumbis, afinal era muito divertido pegar uma arma e sair matando os mortos vivos”, relembra o estudante de jornalismo João Moraes. Para ele, que tem desde bonecos, passando por camisetas, revistas e filmes relacionados ao tema, Romero foi um dos grandes responsáveis pela popularização dos zumbis. “Quando passei a ver o programa Cine Trash, da Band, que era apresentado pelo Zé do Caixão, descobri os filmes do George Romero, que foi quem praticamente definiu as regras do gênero e colocou a cultura zombie num patamar mais amplo. Ele apresentava o apocalipse zumbi com muitos sangue e tripas e uma uma pegada sarcástica na forma de conduzir a história como no mais famoso dos filmes que fez, ‘A Noite dos Mortos Vivos’”, pontua João.
Como não ficar grudado na cadeira assistindo filmes onde um grupo de pessoas são perseguidas por mortos vivos que querem devorálas? Os filmes com zumbis, sejamos de Romero,ou de Argento, Zack Snyder e Wes Craven, até as comédias Zumbilândia e Todo Mundo Quase Morto, têm algo peculiar para João.“Tem uma ironia, um filtro, uma cor diferente e uma trilha sempre muito boa, são cativantes”, resume.

Convidado pelo amigo Marley D’Oliveira, João Moraes discoteca na festa Omg!Zombie que surgiu em abril de 2010 em Belém e desde o fim do ano passado vem acontecendo mensalmente no Café com Arte. “O Marley sempre tenta levar um tema diferente a cada festa, já tivemos Halloween, apocalipse zumbi, e estamos conseguindo um bom público. A Omg!Zombie une o visual ao conteúdo, pois muita gente vai meio caracterizada e ainda assiste a filmes de zumbi ou de terror”.

João explica que durante as discotecagens rola eletro e muito rock, com alguns sets também temáticos. “Tocamos, por exemplo, toda a trilha sonora de um filme, ou músicas de bandas como Ramones, Misfits, Cramps, Zombie and the Skeletons, que tem uma estética próxima ao tema zombie”, cita, acrescentando que percebe no público da cidade que se identifica com o tema uma maior preocupação estética de uns tempos pra cá. “Pega a zombiewalk, por exemplo. Não acontecia há dois anos aqui em Belém e a do ano passado foi legal por que reuniu um número bom de pessoas super bem caracterizadas, brincando e curtindo, e a marcha terminou em frente ao Café com Arte onde estava acontecendo uma festa de Halloween e foi muito bacana ver isso. Aí temos na tevê Walking Dead, que é um sucesso que veio dos quadrinhos e na música, a Lady Gaga pegando um pouco dessa estética e usando o zombie boy nos seus clipes, um com todo o corpo, inclusive o rosto, tomado por tatuagens que reproduzem um cadáver”, enumera João Moraes, dando uma ideia do alcance da cultura zombie atualmente.

O maquiador Paulo Dendê é um dos que não vê problemas em ficar com a cara putrefata para desfilar em bailes à fantasia. “Eu sai na zombie walk duas vezes, e resolvi de uns tempos para cá começar a aprender a fazer maquiagem de efeitos especiais, através de tutoriais na internet. Zumbi tem muitas possibilidades de make, então vou fazer uma como se tivesse sido recém infectado”, explica.

“Faço misturas caseiras, com mel karo, Nescau e corante, para deixar o sangue com uma cor mais próxima da real e uma consistência boa; a pele, faço com cola branca, algodão, base e papel filme”, enumera Dendê, enquanto testa numa ‘cobaia’ a sua invenção franksteniana.

O resultado deixa os frequentadores do salão aonde ele trabalha, o D&P Coifeur, em polvorosa. “É muito bacana ver um resultado bom para uma produção simples, mas que exige um conhecimento para saber de que forma montar cada aspecto do visual.

Faço como hobby, mas pretendo me especializar mais fazendo maquiagens de efeitos, um serviço que poucas pessoas oferecem aqui na cidade”, anuncia.

(extraído de: Diário do Pará)

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