quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

3º Ato – Desbravadores de masmorra.


A floresta ao redor do castelo estava úmida, possivelmente por causa da chuva que se deu de madrugada, algumas poucas fadas passavam por ali, sabendo que era perigoso aproximar-se daquele castelo amaldiçoado, a relva era verde, a floresta por dentro era bastante sombria, com exceção do caminho que levava até aquele lugar, com alguns pedregulhos.


A noite não foi algo realmente reconfortante para a monge, parecia bastante cansada, teve que ouvir gemidos e palavras desagradáveis. “Acho que perdi um pouco da minha pureza” pensou consigo mesma, suspirando. Aprontando-se para o que viria naquele dia. Andou insegura, percebendo que não havia espelhos na casa. Não demonstrava seus reais sentimentos, esse talvez pudesse ser seu maior triunfo, contudo, na noite anterior acabou se enraivecendo mais que o normal por conta daquele homem de asas negras.

Encontrou os demais ali reunidos na sala discutindo, já com um mapa em suas mãos que indicaria a direção da masmorra, nas mãos de Adriel, aproximando-se como se aquilo não lhe houvera abalado, fitando o mapa, não seria difícil de chegar, parecia mais trabalhoso adentrar.

- Então partiremos imediatamente. Alguma objeção? – Indagou, sobretudo para Uriel, fez um ligeiro aceno de cabeça sem perceber que o próprio cenho estava franzido. O homem deu um meio sorriso bem rápido, a moça pensou até que tivera sido uma vaga impressão sua.

De fato o caminho para a entrada da caverna não era difícil, batente se esgueirar e uma boa noção geográfica lhes ajudava a atravessar a relva densa, perderam-se uma única fez, por causa do orc que decidiu tomar a frente, dizendo que conhecia a floresta com a palma da sua mão, provando o contrario. Não houve problemas no caminho, contudo, a floresta parecia estranhamente silenciosa, isso era um péssimo pressagio, só piorava a medida que avançavam chegando próximo a entrada.

Foi difícil discernir o começo da caverna, coberto por trepadeiras, muita folhagem, parecia bem antiga, alguns dizeres na parte superior, feito na pedra polida ali, estava escrito em élfico. Uriel conseguiu ler e disse:

- “Aqueles que estão preparados para uma dor pior do que a morte podem adentrar o local. “
- Isso é pura intimidação. – Manifestou-se o orc que se chama Krush. Pegando seu machado grande com desenvoltura de um bárbaro.

- Vá na frente! – Adriel ordenou ao bárbaro que seguia sem medo algum pelo caminho escuro. A tocha ficou com o bardo que seguia na frente da Uriel que era a ultima da fila naquele instante. O ‘anjo’ foi em segundo, enquanto o ranger estava no meio observando ao redor, tinha em sua face um olhar ganancioso que não poderia ser visto naquela escuridão.

A caverna era úmida, tinha algumas bifurcações, não demorou a chegarem a um salão com muito musgo, as paredes eram negras pelo tempo, assim que todos estavam ali dentro, um barulho foi-se feito, ecoando ali, não tiveram tempo de observar a sala, algo caiu do teto na direção dos aventureiros, o elfo e o ‘anjo’ desviaram, caindo contra a parede, os demais ficaram soterrados ali, todavia, não era terra ou mesmo pedras que o encobriram, algo gelatinoso que parecia consumi-los. Em uma reação impulsiva Adriel, um guerreiro experiente foi para frente, segurando a criatura, que era conhecida por pudim negro e habitava lugares úmidos e escuros, esperando por comida, começou a ser corroído, suas mãos estavam sendo machucadas pelo monstro, porém, soltando um grito de fúria, ergueu a criatura, dando oportunidade para os demais saírem dali, foi o que houve, sem perder tempo eles saíram.

Uriel estava com as vestes corroídas, Adriel percebeu, soltou a criatura e pegou sua capa jogando em cima dela. Surpreendendo, principalmente, a menina com aquele ato.

- O-obri... – Não teve tempo de terminar a frase, outro ruído no corredor, um grito de mulher.
- Vamos! – Disse o rapaz, andando à frente dessa vez.

A moça agora estava começando a mudar algumas de suas concepções com relação a ele. No entanto, não teve tempo de pensar sobre o que estava ocorrendo, percebeu que abaixo dos seus próprios pés, surgiam mãos esqueléticas, todos estavam olhando para baixo sem reação.

- Ataquem! – Adriel gritou para que os demais pudessem reagir, foi quando a batalha começou e as criaturas no total de dez ali, haviam saído de baixo da terra, com pedaços de carne ainda grudado em seus corpos, cheiro pútrido vindo da decomposição daqueles cadaveis... Eram mortos-vivos!
Continua...

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