sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Juventude RPGística - Tentando ingressar em um mundo antigo



Venho aqui com minha primeira postagem -depois de muitas pressões e ameaças de morte por escrito- para o blog do Espírito Livre.

Antes de mais nada, acho que tenho que esclarecer que eu costumo largar um pouco a seriedade das coisas e apelar para o sarcasmo como mecanismo de defesa, engraçado ou -principalmente- não. Espero que gostem!

Certo, essa é minha segunda tentativa de postagem. Na primeira eu esqueci como ia concluir, perdi o fio da meada, esqueci do que eu tava falando e quase escrevi casa com " z ". Mas, voltando ao assunto inicial...


Vamos falar um pouco da juventude, a new generation que quase todos nós -inclusive eu- odeiam. Mais especificamente, a juventude que quer jogar RPG.

Bem, podemos tomar eu aqui como um exemplo bem simples do que é uma pessoa da nova geração tentando jogar RPG. Não sei se todos sabem -devem saber, mas vou lembrar mesmo assim- que eu sou a integrante mais nova do Espírito Livre com apenas 14 anos e, acima de tudo, de como é particularmente difícil de ir em qualquer evento ou mesa de RPG que tenha. Um dos problemas iniciais...

As pessoas que jogam RPG são velhas.

Não, eu não estou ofendendo nenhum de vocês -talvez um pouco-. Mas, as pessoas que geralmente estão nesses eventos ou organizando alguma mesa de RPG, são pessoas que estavam assistindo alguns anos atrás, Cavaleiros do Zodíaco na TV manchete. Eu só assisti quando foi pro Cartoon Network. Então, eu posso dizer que a diferença de idade é realmente um problema. Talvez até haja um certo preconceito, mas isso varia de grupo pra grupo, mas outro fator importante: os pais.

Como disse o Alado quando tava conversando com ele no shopping: " Que pai deixaria sua filha de 14 anos sair pra jogar RPG com um bando de maluco?! " Isso é um grande problema para um jovem que tente ingressar no mundo do RPG atual. E, do jeito que está a nova geração, é quase IMPOSSÍVEL achar outras pessoas da sua idade para jogar alguns dados enquanto você, um magrelo de óculos, vira um paladino.

Mas existe uma solução para esse problema! Sim, o famoso RPG online, meu amado iRPG/2ic e o RRPG. Não só para os jovens desolados mas como os moradores de interior-de-algum-estado-qualquer onde as pessoas ainda devem se reunir na praça para discutir sua vida, é uma ferramenta que me ajudou a aprender MUITO sobre RPG. Ao mesmo tempo que me afastou muito dos RPGs ao vivo, mas é um dos únicos recursos para jogar RPG atualmente.

Como fazer então? Como conseguir ingressar, em um mundo já dominado pelos antigos? Como fugir das mãos dos sacerdotes que acham que você está invocando o " demo " com esses amaldiçoados dados de 10 lados? Como fazer com que essa juventude, essa MINHA juventude, consiga ter o prazer de sentar em uma mesa com fichas de papel? -e levantar desta cadeira maldita deste monitor maldito-

Com o perigo iminente de ser assaltado só ao sair de casa, com as dificuldades de achar um grupo bom e, principalmente da aceitação para ir a esse grupo, parece cada vez mais a única solução, digitar fichas e mais ficha a espera de um mestre que não suma depois da primeira sessão. -malditos mestres ninjas-

Então leitores de primeira viagem das palavras da Girafa Anã, depois de eu ter esquecido o que ia digitar e perder o fio da meada umas 3 vezes nesta sexta-feira de muitas dorgas, deixo aqui com vocês esse post com os problemas dos jovens e o RPG. -também serve como explicação das minhas demasiadas faltas, mas não levem por esse lado ok-

Até mais e obrigado pelos... peixes?
Bazinga!

4 comentários:

  1. Ah tah, os peixes... COMO É QUE É?
    kkkkkkkkkkkkk'

    Bem vindo ao grupo de novo, gostei mto do seu post e qro q saiba q somos muito pacientes. E qnto a esse problema, o "Líder" Aforen tem um projeto que pode dividir águas na nossa região.
    Fiquem ligados! (Algum marketeiro vai pedir o clichê de volta...)

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  2. Nos falamos no evento do IESAM e num RPG Pará na Saraiva . Agora vamos por partes, como um famoso londrino:

    Boa postagem, que merece comentários deste "choque de gerações".

    "As pessoas que jogam RPG são velhas. Não, eu não estou ofendendo nenhum de vocês -talvez um pouco-. Mas, as pessoas que geralmente estão nesses eventos ou organizando alguma mesa de RPG, são pessoas que estavam assistindo alguns anos atrás, Cavaleiros do Zodíaco na TV manchete. Eu só assisti quando foi pro Cartoon Network. Então, eu posso dizer que a diferença de idade é realmente um problema. Talvez até haja um certo preconceito, mas isso varia de grupo pra grupo, mas outro fator importante: os pais."
    Heheheh! Essa foi engraçada, mas o fato, que deves saber, é que o RPG chegou no início dos anos 90 ao Brasil, 1990/1991 e muitos que jogam até hoje tinham 13 - 15 anos e agora temos 30-35 ou mais. Quando CdZ passavam na Manchete, que não existia em Belém, eu estava quase entrando na universidade. Isto já era no fim de minha adolescência e de muitos outros. A diferença de idade só vira um problema quando mestres/jogadores antigos são mal educados sem noção e preconceituosos, coisa que existe. Há um "mestre" (entre aspas mesmo) em Belém que é tão idiota que até quem não o conhece já ouviu falar mal.
    Por outro lado, muitos nerdossauros querem apresentar o RPG para as novas juventudes.

    "Que pai deixaria sua filha de 14 anos sair pra jogar RPG com um bando de maluco?!"
    Pais que não querem conhecer as atividades dos filhos, o que é uma pena. As novas juventudes têm a internet como aliada, neste caso, para mostrar que RPG caminha com a educação.

    "é quase IMPOSSÍVEL achar outras pessoas da sua idade para jogar alguns dados"
    Use a Internet! Ou apareça em encontros na sua cidade. Por acaso temos em Belém, mensalmente. A maioria das cidades, grandes capitais inclusive, não dispõem do mesmo.
    Em meados do anos 90 (95-97) existiam de 3 a 4 lojas que vendiam RPG em Belém e o pessoal se encontrava, forjava amizades, marcava para jogar (a internet não era acessível ainda, como conhecemos).

    "Mas existe uma solução para esse problema! Sim, o famoso RPG online"

    Vi seu vídeo e isso me chamou a atenção, da interação social por meio de dados de voz. É uma solução mesmo.

    "Ao mesmo tempo que me afastou muito dos RPGs ao vivo, mas é um dos únicos recursos para jogar RPG atualmente."

    O ideal é experimentar ambos. O Newton "Nitro" de BH, Minas, já mestrou assim. Ele começou a jogar RPG em 1986. O Daniel Coimbra, do RPG Pará, parece que já jogou neste modo. Me falta experimentar.

    "Como fazer então? Como conseguir ingressar, em um mundo já dominado pelos antigos? Como fugir das mãos dos sacerdotes que acham que você está invocando o " demo " com esses amaldiçoados dados de 10 lados? Como fazer com que essa juventude, essa MINHA juventude, consiga ter o prazer de sentar em uma mesa com fichas de papel? -e levantar desta cadeira maldita deste monitor maldito"

    O mundo dos Antigos (heheheh) só depende do tal Antigo, se ele não for alienado como já descrevi. Mas a maioria fica feliz com a renovação dos jogadores, assunto discutido em algumas postagens de blogs. Sobre a relação com demônios, só tenho algo a dizer para os alienados que nos perseguem: existem pesquisas científicas, sérias, sobre o assunto, RPG e Educação. Sobre o tema dos demônios existe uma tese de doutorado e o professor dá aula na UFPA. Ele é de SP.

    Sobre a tecnologia, isto é um marco dos tempos, do seu tempo, das novas juventudes.

    "Com o perigo iminente de ser assaltado só ao sair de casa, com as dificuldades de achar um grupo bom e, principalmente da aceitação para ir a esse grupo, parece cada vez mais a única solução, digitar fichas e mais ficha a espera de um mestre que não suma depois da primeira sessão."

    O negócio é transitar em todos os grupos possíveis. Até das coisas ruins algo se aproveita, do "como não fazer/ser".

    Até!
    Gilson

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  3. A meu ver (e pelo pouco que conheço de nossa querida girafinha) seu grande problema é com os pais, que, por todos os cuidados e desconfianças que possuem com os filhos, principalmente em determinadas idades, acabam restringindo coisas sem necessariamente, como o Gilson fala, saberem o que estão restringindo.

    Lembro-me que com 13 ou 14 anos iniciava em jogos de cartas Pokemon, e queria participar das ligas que aconteciam em um falecido reduto existente na quintino bocaiuva. O Alado é prova, no início meus pais não deixavam ir, mas com a insistência (e paciência) fui ganhando espaço e confiança até que podemos jogar nossas cartas na boa.

    Felizmente o meio RPGistico de Belém vem avançando para oferecer variados espaços e eventos que aglutinem pessoas em torno dos jogos de interpretação de personagem, os encontros do RPG Pará todo fim de semana, os eventos de anime, de HQ, o que vimos esse ano.

    Um dos papéis dos antigos jogadores é de fato ampliar a gama de novos jogadores, não a toa existe mesmo uma vertente que defende o rpg mais simples possível (vide o Rodrigo Ragabash e o sistema interpreta); em verdade, na maior parte dos eventos estamos vendo novos jogadores se aproximando.

    Na minha opinião, as possibilidades de RPG on line como RRPG ou RPG 2IC são boas, mas possuem limitações.Nada como uma boa mesa com pessoas ao vivo, refrigerante, pizza, e dados reais e não de bits. Mas é a questão, são as possibilidades para quem precisa delas.

    Essa fase da vida tem seus prós e contras. Aproveitar o que há de melhor, ir ganhando a confiança dos pais, levar os mesmos a entender o que se faz, e chegar ao tesouro. Eis o caminho, na minha opinião.

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